Blog do Octavio Guedes

Por Octavio Guedes

Comentarista de política da GloboNews e eterno repórter. Participa do Estúdio I, Em Ponto e Edição das 10h


Imagem de crianças na Terra Yanomami — Foto: Reprodução/TV Globo

O Conselho Indígena de Roraima (CIR) denunciou a uma série de órgãos públicos que crianças Yanomami estão sendo retiradas de seus pais e encaminhadas para adoção. Em documento, cobram providências das autoridades locais e nacionais para a proteção dos indígenas.

"Chegou a nosso conhecimento que crianças indígenas Yanomami que vêm às cidades em fluxos pendulares estão sendo encaminhadas para adoção e seus pais destituídos do poder familiar", diz o Conselho, ao se referir às crianças que vão para a capital receber atendimento médico e, depois, são devolvidas para sua região de origem.

O documento foi enviado para Funai, Ministério Público, Vara da Infância, secretarias de Saúde e do Trabalho de Roraima, ao Conselho Tutelar do estado, a um hospital e abrigos infantis.

O CIR cobra informações de crianças Yanomami que estejam separadas de seus pais ou desacompanhadas durante atendimento médico, quantas já passaram pelos órgãos acionados e quantas foram entregues para adoção.

"Vimos, ainda, solicitar informações sobre projetos, medidas e ações tomadas por este órgão para atendimento às crianças indígenas Yanomami separadas ou desacompanhadas, e sobre quais são os procedimentos adotados quando se constata criança indígena Yanomami em situação de vulnerabilidade", diz o texto.

Desde o dia 20 de janeiro, o governo Lula (PT) decretou emergência de saúde pública para combater desassistência de indígenas Yanomami. O Ministério da Saúde denuncia que a gestão anterior, de Jair Bolsonaro (PL), não atendeu solicitações para atender os indígenas.

O g1 aguarda posicionamento dos órgãos acionados pelo Conselho.

O MPF confirmou ter recebido a denúncia e disse que analisa o conteúdo para "decidir quais as medidas cabíveis".

A Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Roraima informou à reportagem que, após análise preliminar, identificou cinco indígenas Yanomami em acolhimento institucional "e dois processos de adoção em tramitação".

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