Por Paloma Rodrigues e Pedro Alves Neto, TV Globo e g1


Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha — Foto: TV Globo/Reprodução

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta segunda-feira (19) que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), "em nenhum momento" pediu qualquer ministério ao governo.

Padilha falou com a imprensa após reunião com o presidente Lula, no Palácio do Alvorada. Segundo os colunistas do g1 Andréia Sadi e Valdo Cruz, integrantes do Centrão aliados a Lira têm pressionado pelo controle da pasta, que possui orçamento anual de R$ 180 bilhões.

"Eu quero ser justo aqui com o presidente Arthur Lira, da Câmara, que eu tenho ouvido muitos comentários, imprensa, notícias, boatos de que o presidente Arthur Lira teria feito um pedido, uma reivindicação para o governo do presidente Lula de ocupar o Ministério da Saúde", disse.

"Eu quero ser justo com o presidente Arthur Lira. Tanto para mim quanto para o presidente Lula, em nenhum momento, o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério, ocupar qualquer ministério do governo. Tem que ser justo em relação a isso", continuou.

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Segundo Padilha, Lula também não pretende fazer escolhas políticas para o Ministério da Saúde, principalmente depois que a importância da pasta ficou evidenciada durante a pandemia de Covid-19.

"Também queremos posicionar claramente que o presidente Lula, em nenhum momento, desde a montagem do seu governo, desde a escolha dos ministros e ministras, colocou o Ministério da Saúde como cota partidária de qualquer partido", afirmou.

Mudança no Turismo

'Estou à disposição do presidente', diz Daniela Carneiro, ministra do Turismo, ao chegar à Câmara

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Apesar de negar pressão pela Saúde, Padilha afirmou que continuam as negociações com o União Brasil para a troca da ministra do Turismo, Daniela Carneiro. Ela integra a sigla, mas pediu desfiliação e deve se juntar ao Republicanos por desentendimentos com a direção do UB.

Desde o início do mês, o partido tem pressionado pela troca da ministra, para garantir apoio ao governo em votações no Congresso. O mais cotado para o cargo é o deputado federal Celso Sabino (União-PA). A previsão é que a substituição seja oficializada depois que Lula voltar de uma viagem à Europa.

"Devemos fazer reuniões ao longo da semana com líderes de vários partidos, sobretudo do União Brasil, para continuar conversando sobre o desejo já manifestado pelos líderes do União Brasil de reformulação dos ministérios que hoje são indicados pelo União Brasil", disse o ministro.

Questionado se a troca será restrita ao Ministério do Turismo, Padilha disse que o partido fez uma "discussão genérica sobre a necessidade de reformulação de seus nomes". O ministro afirmou que as conversas ao longo da semana definirão o tamanho da mudança.

A sigla comanda três pastas na Esplanada. Além do Turismo, há o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, com Waldez Goés, e as Comunicações, com Juscelino Filho.

A participação do União Brasil na base do governo tem sido a principal polêmica da articulação política da equipe de Lula. Mesmo contando com três ministérios, a bancada de deputados da sigla não se mostra coesa a favor das pautas de interesse do governo no Congresso.

"É natural que um partido que indicou nomes para o ministério possa em algum momento querer rediscutir essa posição. Se de fato isso se concretizar, é natural, faz parte da democracia. Não existe qualquer pressão sobre a ministra Daniela Carneiro, que na reunião dos ministérios apresentou seu trabalho. Então, não existe qualquer pressão em relação a isso", disse Padilha.

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