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Por Julia Duailibi

Julia Duailibi é comentarista de política e economia da GloboNews.

por Isabella Calzolari e Marina Franceschini


Dois fatores impediram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de anunciar nesta segunda-feira (19) a ida do deputado Celso Sabino (União-PA) para o Ministério do Turismo.

A interlocutores, o presidente afirma esperar que Daniela Carneiro, atual ministra da pasta, peça demissão do cargo em vez de ser demitida.

O segundo motivo é que Lula também quer fazer uma sinalização positiva ao União Brasil e se reunir com o presidente do partido, Luciano Bivar, o líder da legenda na Câmara, deputado Elmar Nascimento (BA), e o senador Davi Alcolumbre (AP), um dos grandes articuladores da sigla.

Alcolumbre é visto como a principal "ponte" do partido com o governo. Logo após essa reunião, esperada para a próxima semana, a expectativa é de que o nome de Sabino seja oficializado pelo Planalto.

Daniela é do União Brasil, mas tenta migrar para o Republicanos. O União, partido que o governo busca atrair para a base, alega que não se sente representado por ela na Esplanada.

Em entrevista ao Conexão GloboNews nesta segunda, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, confirmou que o presidente Lula só vai definir sobre a possível troca no comando do Ministério do Turismo após a viagem que fará à Europa nesta semana. Lula volta ao Brasil no sábado (24).

A substituição da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, pelo deputado Celso Sabino (PA) é uma cobrança do União Brasil, partido do qual Daniela está se desligando e ao qual Sabino é filiado.

No fim de semana, Sabino teve uma conversa reservada com Lula depois de uma agenda do presidente no Pará. Foi a primeira vez que os dois tiveram um contato mais próximo. O deputado deu de presente para o presidente uma camisa do time paraense Remo.

Nos bastidores, o presidente Lula tem dito a aliados que se sentiu constrangido com os movimentos do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos), marido de Daniela, pela permanência dela no cargo.

'Estou à disposição do presidente', diz Daniela Carneiro, ministra do Turismo, ao chegar à Câmara

'Estou à disposição do presidente', diz Daniela Carneiro, ministra do Turismo, ao chegar à Câmara

Próximos passos

Os próximos passos da reforma ministerial serão pontuais. Mudanças na Embratur, sob a alça do Turismo, e no Ministério da Saúde estão em vista.

Tudo será feito de forma a aumentar a participação do Congresso na Esplanada e, assim, garantir mais apoio ao governo em votações.

Sobre Ministério da Saúde, quando for a hora, a ideia é fazer um consórcio juntando PP, União Brasil, Republicanos e parte do PSDB. Esse grupo soma cerca de 150 deputados e indicaria o próximo ministro.

Eles devem sugerir não um nome político, e sim alguém sem filiação partidária -- mas que atenda às demandas das siglas.

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