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Chico Alves

REPORTAGEM

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Não vamos achar um responsável, diz ministro da Defesa sobre o 8/1

Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro - 4.mai.2023 - Pedro Ladeira/Folhapress
Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Imagem: 4.mai.2023 - Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

19/06/2023 15h49

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Em live realizada hoje no canal do YouTube do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse que é preciso que seja esclarecida a invasão das sedes dos poderes da República, ocorrida no dia 8 de janeiro. O ministro não crê, no entanto, que a liderança do movimento seja identificada.

"Precisamos esclarecer isso, porque esse 8 de janeiro é um assunto diário. Em todas as reuniões se fala nisso", disse José Múcio, na live. "Cada um quer achar o verdadeiro responsável. Eu não acredito que nós vamos achar o verdadeiro responsável. Não vamos. Porque ninguém mandou".

Praticamente no mesmo horário da live do ministro, o presidente Lula também fazia sua live semanal, com uma afirmação que vai na contramão do que disse José Múcio: o petista culpou Jair Bolsonaro. "Já está provado que tentaram dar um golpe, coordenado pelo ex-presidente, que agora tenta negar", disse o presidente no vídeo transmitido nas suas redes sociais. "Quando ele perdeu as eleições, se trancou dentro de casa para ficar preparando um golpe".

Na transmissão do IREE, o titular da pasta da Defesa lembrou que as investigações identificaram agricultores do Centro-Oeste como financiadores do movimento e donos de ônibus. "É por aí que nós vamos chegar a várias pessoas responsáveis, sem ter um grande líder", acredita ele.

Da mesma live participaram os ex-ministros da Defesa Fernando Azevedo e Silva, Nelson Jobim e Raul Jungmann, além do general da reserva Sérgio Etchegoyen e do presidente do instituto, Walfrido Warde.

Durante a conversa, José Múcio minimizou os "grampos nos telefones celular", aparentemente se referindo às conversas golpistas em aplicativos de mensagens que a Polícia Federal descobriu no aparelho do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"A gente precisa ver o que é conversa e o que são pessoas instigando um golpe. Não é porque a pessoa é militar que fala com outro no celular que está comprometido", argumentou. "A gente precisa ver verdadeiramente quem nas ligações está deixando digitais de comprometimento".