Twitter lança programa para monetizar criadores, mas não é transparente sobre critérios

Ao que tudo indica, organizações de imprensa e jornalistas que estejam de acordo com os critérios também poderão se inscrever no programa

Na quinta-feira (13.jul), o Twitter anunciou que começaria a compartilhar a receita de anúncios com criadores de conteúdo em sua plataforma pela primeira vez.

A empresa afirmou em um post de blog que a parcela dos criadores na receita publicitária seria baseada em um cálculo de respostas às suas postagens e impressões mensais.

Inicialmente, para serem elegíveis para a receita publicitária, os perfis devem assinar o Twitter Blue ter mais de 18 anos, uma conta ativa por pelo menos 3 meses, um perfil completo e autenticado, e-mail verificado e autenticação de dois fatores.

Também será preciso ter ao menos 5 milhões de impressões em tweets para cada um dos últimos três meses, ou seja, 15 milhões ao todo.

Os criadores ou as empresas não podem estar afiliados com o Estado e devem estar em “boa situação com o Twitter em relação ao cumprimento das regras e padrões de monetização de conteúdo”, além de ter uma identidade autêntica.

Padrões de monetização para criadores no Twitter

A plataforma também tem uma política definindo padrões de conduta e tipo de conteúdo para que influenciadores sejam pagos.

Os criadores de conteúdo não podem fazer atividades como pedir dinheiro em troca de comportamento ou conteúdo ilegal, enganar as pessoas para obter compensação, manipular a plataforma ou criar spam, violar leis locais ou monetizar conteúdo que seja ilegal, excessivamente violento, relacionado a eventos sensíveis ou de teor adulto ou sexualmente sugestivo.

PREFERIDOS. Alguns usuários expressaram frustração com a falta de transparência da empresa em relação ao lançamento do programa.

Os critérios para os primeiros selecionados não foram divulgados, mas parece que todos estão, de certa forma, envolvidos com política conservadora.

A maioria dos primeiros a postarem sobre o ganho que receberam são figuras proeminentes da extrema-direita dos Estados Unidos, e até mesmo pessoas presas por tráfico humano, pornografia e escravização sexual de mulheres, como Andrew Tate. Ele recebeu U$20 mil da plataforma.

Em fevereiro, uma pesquisa do Centro de Combate ao Ódio Digital estimou que o Twitter receberia até US$ 19 milhões em um ano de receita publicitária, mostrando anúncios em apenas 10 contas de influenciadores extremistas.

Via Washington Post (em inglês)

Texto Sofia Schurig
Edição Alexandre Orrico

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