Por Delis Ortiz, TV Globo — Brasília


'Eu entrei no Palácio depois que o Palácio foi invadido', afirma Gonçalves Dias

'Eu entrei no Palácio depois que o Palácio foi invadido', afirma Gonçalves Dias

O agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, disse em entrevista à TV Globo que estava no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro para retirar os invasores golpistas de lá.

Ele pediu demissão após aparecer em vídeo divulgado pela CNN Brasil circulando, com funcionários do GSI, entre os invasores no Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro.

Nas imagens, um dos funcionários do GSI conversa com invasores e os cumprimenta. Outro funcionário do órgão entrega água mineral para os vândalos.

"Eu cheguei ao palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável", afirmou Dias, que é general.

"Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º", completou.

Na entrevista, Gonçalves Dias afirma que sua imagem ao lado de manifestantes foi tirada de contexto.

"Colar na realidade a minha imagem, aquela situação momentânea que estava ali, colar minha imagem, aquele major distribuindo águas a manifestantes. Fizeram um corte específico na produção, na produção dos vídeos que vocês olharam", disse.

"Eu tenho 44 anos de profissão no Exército brasileiro. Sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra. Então aquilo [a imagem] é um absurdo", continuou.

O ex-ministro afirmou que militares que aparecem ajudando manifestantes devem ser punidos. Ele citou especificamente um major que estava distribuindo água.

"Quem tiver algum envolvimento, que seja punido. Inclusive aquele major. Aquilo é um desvio de atitude aqui de dentro", argumentou.

Segundo ele, a ação do GSI visava preservar o palácio da ação dos invasores.

"Ninguém fala, mas nós preservamos praticamente o terceiro piso todinho. O coração do Planalto, que é a sala do presidente, ela foi preservada. Toda a ala do gabinete pessoal foi preservada e o quarto piso foi preservado por completo desses invasores", pontuou Dias.

Demissão

Dias se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais cedo. Ele disse que entregou o cargo para facilitar as investigações.

"Eu estou muito triste. Estou muito triste. Coloquei meu cargo à disposição do presidente da República para que toda investigação seja feita", afirmou.

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