Por Sara Resende, Elisa Clavery e Beatriz Borges, TV Globo e g1


  • O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso, saiu do bloco partidário no Senado encabeçado pelo MDB e migrou para o grupo integrado por PT, PSD e PSB.

  • Com a mudança, o governo Lula ganha mais uma vaga na CPI mista dos Atos Golpistas.

  • As vagas entre deputados e senadores são distribuídas de acordo com o tamanho dos blocos. Quanto maior o bloco, mais cadeiras terá na CPI.

  • Com a troca, a oposição ao governo Lula deve perder uma cadeira no colegiado, que será cedida ao novo bloco de Randolfe.

Congresso define quantas vagas cada bloco partidário terá na CPI mista dos atos golpistas

Congresso define quantas vagas cada bloco partidário terá na CPI mista dos atos golpistas

Uma mudança de bloco partidário feita pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), aumentou a participação de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na CPI criada para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro. Governistas serão maioria no colegiado.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) foi criada nesta quarta-feira (26), em sessão do Congresso, e deve apurar a ação de bolsonaristas terroristas que depredaram os prédios dos Três Poderes. O colegiado será formado por 16 deputados e 16 senadores.

Até esta segunda-feira (24), Randolfe, único senador da Rede, integrava o maior bloco do Senado, encabeçado pelo MDB. Antes da leitura do pedido de criação do pedido, o parlamentar mudou para o grupo formado por PT, PSD e PSB, aumentando o tamanho do grupo.

As vagas entre deputados e senadores são distribuídas de acordo com o tamanho dos blocos, ou seja, da agregação entre os partidos. Quanto maior o bloco, mais cadeiras terá na CPI.

Com a troca, a oposição ao governo Lula deve perder uma cadeira no colegiado, que será cedida ao novo bloco de Randolfe.

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Oposição protesta

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), protestou e questionou ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), qual critério será adotado em relação à proporcionalidade.

"Senador Randolfe sai de um bloco e vai para outro bloco e isso significaria, em uma visão preliminar da Mesa Diretora, que as três vagas a que o nosso bloco teria direito, baixam para dois elementos, ao invés de três", afirmou Marinho.

Marinho quer que a regra aplicada em outra comissão, a Mista de Orçamento (CMO), seja usada na CPMI. A norma considera o tamanho dos partidos na segunda quinzena de fevereiro, em vez de a formação dos blocos partidários no dia da criação da comissão.

"Existe uma norma de 2006 que rege, inclusive a CMO, que determina que esta formação é em função da composição dos blocos e partidos na segunda quinzena do mês de fevereiro. Desta forma, nós teremos 13 membros, e teríamos então os 3 indicados, não apenas dois", argumentou.

Como deve ficar a divisão das vagas da CPMI no Senado:

  • Bloco Democracia (PDT, MDB, PSDB, Podemos, União): 6 vagas
  • Bloco Resistência Democrática (PSB, PT, PSD, Rede) 6 vagas
  • Bloco Vanguarda (PL, Novo) 2 vagas
  • Bloco Aliança (PP, Republicanos) 2 vagas

Como estava antes de Randolfe mudar de bloco:

  • Bloco Democracia (PDT, MDB, PSDB, Rede, Podemos, União) 6 vagas
  • Bloco Resistência Democrática (PSB, PT, PSD) 5 vagas
  • Bloco Vanguarda (PL, Novo) 3 vagas
  • Bloco Aliança (PP, Republicanos) 2 vagas

Neste cenário o bloco Vanguarda ganharia a chamada "vaga rodízio", uma vaga extra que geralmente é destinada à minoria.

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