Após ser alvo de um mandado de busca e apreensão, o ex-presidente Jair Bolsonaro se dirigiu à sede do PL, em Brasília. Segundo pessoas próximas que estiveram com ele, Bolsonaro demonstrou estar chateado pelo fato de a PF ter batido na sua porta logo cedo e se disse "injustiçado" e "perseguido".
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Havia uma expectativa de que o ex-presidente fosse depor hoje às 10h na sede da Polícia Federal para falar sobre a suspeita de falsificação nos cartões de vacinação dele e de sua família. A defesa do ex-presidente, no entanto, pediu o adiamento do interrogatório. Ele, então, foi ao PL, onde está reunido neste momento com os filhos, deputado Eduardo e o senador Flávio, o deputado Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin) e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto.
Na reunião, eles discutiram as explicações que devem ser dadas à PF e a reação política do PL diante da decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que autorizou os mandados.
Integrantes do PL passaram a propalar a narrativa de que o governo Lula esteja utilizando politicamente a Polícia Federal, responsável pela investigação contra Bolsonaro e seus auxiliares.
— É um absurdo isso acontecer com o ex-presidente da República. Nos causa indignação porque isso acontece depois que foi criada a CPMI que o governo não queria, o sucesso do Bolsonaro na Agrishow Ribeirão Preto e ontem ter perdido na PL da Fake News. (...) Ficamos chateados de isso acontecer dentro desse contexto — disse o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, logo após sair do encontro com Bolsonaro.
— O presidente está bem, firme, mas chateado com essa situação — acrescentou o deputado.
Entre as linhas da defesa que estão sendo estudadas, o ex-presidente deve dizer que nunca escondeu de ninguém que não tomou a vacina contra Covid-19. Ele cita que há vídeos em que aparece comendo pizza na rua nos Estados Unidos por causa da restrição sanitária.
Sobre a suposta fraude no cartão de vacinação de sua filha caçula, ele disse a aliados que a criança nunca tomou vacina porque tem alergia.
Ex-diretor da Abin e amigo pessoal de Bolsonaro, deputado Ramagem foi um dos primeiros a chegar no PL. — Não falei com ele ainda porque ele está sem celular — disse o parlamentar na entrada do prédio. O ex-presidente teve o aparelho apreendido pela PF.