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Lula minimiza pasta de Marina esvaziada e diz que votação de MP dos Ministérios é ‘normal’

Declarações do presidente foram feitas na tarde desta quinta, 25, em evento da Fiesp em São Paulo

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Foto do author Isabella Alonso Panho
Por Isabella Alonso Panho
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou nesta quinta-feira, 25, o esvaziamento dos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de Marina Silva, e dos Povos Originários, de Sônia Guajajara. O petista participou de cerimônia do Dia da Indústria na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na capital paulista, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo o presidente, a intervenção do Congresso é “normal”.

Nesta quarta-feira, 24, a comissão especial formada por deputados e senadores para tratar da Medida Provisória (MP) dos Ministérios aprovou parecer que enfraqueceu as pastas de Marina e Sônia. Quatro parlamentares do PT deram aval às mudanças. “Tem dias que a gente acorda com notícias parecendo que o mundo acabou. Eu fui ver o que estava acontecendo, era a coisa mais normal”, disse o presidente a empresários, ao lado também do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Discurso foi feito em evento do Dia da Indústria, na Fiesp em São Paulo Foto: Ayrton Vignola

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“Até então a gente estava mandando a visão de governo que nós queríamos. A comissão no Congresso Nacional resolveu mexer. Coisa que é quase impossível de mexer na estrutura de governo, porque é o governo que faz. E agora começou o jogo. Nós vamos jogar, vamos conversar com o Congresso, vamos fazer a governança daquilo que a gente precisa fazer”, disse o presidente.

Lula encerrou o assunto defendendo a política e a negociação. De acordo com o presidente, agora será o momento de articular com deputados e senadores um eventual realinhamento do texto. “O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do País”, afirmou o petista.

O relatório da comissão da MP dos Ministérios retirou da pasta de Marina Silva a gestão da Agência Nacional de Águas (ANA) e a organização do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O texto foi aprovado por 15 votos a 3 e deve seguir para apreciação no Plenário da Câmara. A competência de demarcação das terras indígenas foi retirada da pasta de Guajajara e colocada no Ministério da Justiça de Flávio Dino. Paralelo a isso, a Câmara aprovou regime de urgência para o PL do marco temporal.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, criticou as duas votações. Contudo, o gesto mostrou contradição dentro do partido. A liderança petista no Senado comemorou a aprovação do relatório da MP dos Ministérios. Nesta sexta-feira, 26, Lula se reunirá com Marina e Guajajara. A agenda foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom).

Almoço com o presidente

Antes de ir para a Fiesp, Lula almoçou com Marina Silva no Palácio do Itamaraty, em Brasília, em um evento em homenagem ao Dia da África. O encontro foi registrado pela ministra, que publicou uma fotografia ao lado do presidente.

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Mais cedo, em entrevista à GloboNews, Marina disse que o governo está vivendo “a crise dos seis meses” e comparou o cabo de guerra no Congresso com o que passou nos primeiros mandatos de Lula, quando também foi ministra. Na época, ela deixou o governo após a gestão petista dar aval para a construção da Usina de Belo Monte, em Altamira (PA).

Ela também criticou a atual articulação política do Palácio do Planalto no Congresso. “Ninguém constrói uma maioria porque tem vontade. A gente constrói quando há condições objetivas para isso. E, nesse momento, o governo vive, sim, essa dificuldade.”

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