Míriam Leitão
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Míriam Leitão

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Por Míriam Leitão

A proposta do vice-presidente Geraldo Alckmin para estimular as montadoras tem alguma qualidade do ponto de vista de política pública. Os benefícios fiscais vão apenas para os carros que atendam a critérios sociais, ambientais e que ajudem a indústria. E mais, é subsídio que tem prazo para acabar.

A política beneficia, e de forma temporária, os carros mais baratos, que emitam menos gases de efeito estufa e usem mais peças produzidas no Brasil.

Não é só isso. O vice-presidente e ministro está dizendo que a própria indústria tem que colocar a mão no bolso e fazer um esforço de redução desse preço. É um subsídio mais bem elaborado do que outros que já foram concedidos no passado, que sempre foram para a indústria como um todo.

As montadoras sempre tiveram subsídios no Brasil. O último programa foi o Rota 2030, que ainda está em vigor.

A indústria sempre diz: eu emprego muito, movimento muito a economia e sempre há um imaginário de que as montadoras são grandes agregadoras. Elas são, mas já foram muito mais no passado, hoje não têm mais tanto poder.

O setor de entretenimento, por exemplo, emprega muito mais gente, até porque implica em tarefas que não podem ser operadas por robôs. O setor de serviços é hoje o grande empregador. Antes, o carro chefe eram as montadoras, mas hoje não são mais.

O governo aproveita que hoje é Dia da Indústria para fazer outros anúncios, como financiamento de exportação através do BNDES, que é uma ferramenta usada por outros países.

De qualquer forma, hoje é um dia muito ruim, porque ontem houve uma derrota grande na área ambiental. Não adianta de um lado dar uma ajuda tópica a um setor para estimular a economia se do outro você dá um tiro no pé na área ambiental que está no planejamento estratégico de todas as empresas grandes do mundo.

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