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Por Julia Duailibi


Em jantar na residência oficial da presidência da Câmara, na noite de terça-feira (11), Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tentará a reeleição como presidente da Casa em 2019, ensaiou uma aproximação com o PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, que resiste a apoiar sua recondução. Nesta quarta pela manhã a bancada do DEM se encontra com Bolsonaro, para quem deputados pedirão isenção na disputa.

Maia durante entrevista na Câmara, em outubro: deputado busca reeleição para a presidência da Casa — Foto: Fernanda Calgaro/G1

Maia recebeu novos integrantes da bancada do PSL, entre outros futuros deputados de outros partidos. A bancada do PSL na próxima legislatura será composta por 52 deputados – hoje são 8 integrantes.

"Esteve presente uma ala do partido que entende que o melhor é o diálogo. E que tratorar não é bom. Se ficarem focados em nicho de extrema direita, não vão fazer votações importantes. Esteve lá uma ala moderada, que defende serenidade e equilíbrio", afirmou o ex-líder do partido na Câmara, Efraim Filho (DEM-PB). "A 'tese trator' está perdendo força", completou. "Há esse entendimento, não só no PSL, de que o presidente da Câmara tem de ser alguém mais moderado e com capacidade de diálogo."

Cerca de 30 integrantes do PSL estiveram no encontro, entre os quais a deputada Joice Hasselmann (SP), que recentemente protagonizou uma discussão pelas redes sociais com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), líder do partido, segundo o qual o novo presidente da Câmara deveria ser alguém que "tratorasse" a oposição – Maia é conhecido por manter pontes com diferentes partidos, entre os quais os de esquerda.

O DEM terá 3 ministros na próxima gestão. Entre eles, Onyx Lorenzoni, futuro chefe da Casa Civil, que trabalha contra a reeleição de Maia. O partido já trabalha com a ausência de apoio do Palácio do Planalto na eleição da Câmara, mas diz achar possível a neutralidade de Bolsonaro – há outras seis candidaturas colocadas e integrantes do PSL veem com bons olhos o nome de João Campos (PRB-GO).

"O DEM quer que o presidente trate o tema com isenção. Não queremos nem o apoio nem o movimento a favor de outros candidatos. O melhor é se manter equidistante e deixar o Parlamento resolver", disse Efraim.

Na disputa pela presidência do Senado, o PSL busca alternativas a Renan Calheiros (AL), que tentará voltar ao comando da Casa. O atual deputado e futuro senador Major Olímpio (PSL-SP) esteve na manhã de terça com Esperidião Amin (PP-SC) e Álvaro Dias (Pode-PR), os dois vistos como possíveis alternativas no PSL ao nome do senador de Alagoas.

— Foto: Editoria de Arte/G1

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