Por Fernanda Calgaro, g1


Decisão de Moraes tem 135 páginas e cita elementos de provas encontrados pela PF

Decisão de Moraes tem 135 páginas e cita elementos de provas encontrados pela PF

As investigações da Polícia Federal sobre a tentativa de um golpe de estado para manter Jair Bolsonaro no poder revelaram que o ex-presidente pediu ajustes na minuta do golpe (como ficou conhecido o documento que tinha como objetivo mudar o resultado da eleição) e discutiu o seu teor com militares e membros do alto escalão do seu governo. Também mostraram a atuação de ex-assessores para articular e financiar atos golpistas e o envolvimento do PL, partido de Bolsonaro, no plano.

A operação realizada nesta quinta-feira (8) teve como alvo o próprio Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores dele e militares de alta patente. Além de inquéritos em andamento, foram levadas em conta a delação de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e mensagens encontradas no celular dele.

Confira o que as investigações da PF revelaram:

Ex-presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2023 — Foto: Reuters/Ueslei Marcelino

  • A organização tinha cinco eixos de atuação: 1 - ataques virtuais a opositores; 2 - ataques às instituições (STF e TSE) e ao sistema eleitoral; 3 - tentativa de golpe de estado; 4 - ataques às vacinas contra a Covid-19; e 5 - uso da estrutura do estado para obter vantagens, como desvios de bens, a exemplo do caso das joias.
  • Pessoas muito próximas a Bolsonaro, como Mauro Cid, ajudaram a articular e financiar os atos golpistas que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Ele deu orientações e chegou a receber de um major do Exército pedido de R$ 100 mil para ajudar na organização dos atos em Brasília.
  • Em outra frente, o PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas que atacavam as urnas eletrônicas. O ápice dessa estratégia foi a apresentação de um estudo questionando o resultado da eleição.
  • Na sede da legenda, os policiais encontraram um documento com argumentos para decretação do estado de sítio. O advogado Fábio Wajngarten, que representa Bolsonaro, disse que o "padrão do conteúdo não condiz com as tradicionais e reconhecidas falas e frases do presidente". Afirmou ainda que "não tem limite a vontade de tentar trazer o Presidente Jair Bolsonaro para um cenário político que ele jamais concordou".

Braga Netto, Augusto Heleno, Valdemar Costa Neto, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres e Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira — Foto: g1

Resultados da operação:

Ouro encontrado com Valdemar Costa Neto — Foto: Polícia Federal

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