Em Davos, Bolsonaro promete abrir a economia brasileira

Falou sobre comércio mais aberto

Foi ao Fórum Econômico Mundial

Presidente Jair Bolsonaro discursa durante Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial em Davos
Copyright Alan Santos/PR - 22.jan.2019

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 3ª feira (22.jan.2019) que o Brasil “ainda é uma economia relativamente fechada ao comércio internacional”. Prometeu “integrar o Brasil ao mundo”Leia a íntegra do discurso.

Bolsonaro falou sobre reduzir impostos, promover privatizações e trabalhar pela estabilidade econômica. Citou 3 ministros: Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

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“Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica, liderada pelo ministro Paulo Guedes, nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios”, afirmou.

O presidente sempre se refere a essa lista, do Banco Mundial, conhecida como “Doing Business” (o Brasil está hoje na 109ª posição). Ernesto, segundo Bolsonaro, conduzirá uma “política na qual o viés ideológico deixará de existir”.

Bolsonaro disse que Moro é o “homem certo” para ajudar no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro.

A fala durou 5 minutos e 40 segundos.

Assista:

Política externa

O presidente também comentou sobre a política de integração regional que pretende adotar com os países da América do Sul. Disse que mantém contato com políticos do continente e reforçou a importância do Mercosul.

“No tocante ao Mercosul, alguma coisa deve ser aperfeiçoada. Já conversei com o presidente da Argentina, [Maurício] Macri. Conversei também, de forma não profunda ainda, mas uma boa conversa, com o presidente do Chile, Piñera, e com Benités, do Paraguai”, disse.

Ao falar sobre os países vizinhos do Brasil, Bolsonaro disse que não quer uma América do Sul “bolivariana”. Declarou-se otimista com os governantes eleitos na região nos últimos anos.

Mais gente de centro e de centro-direita tem se elegido. Creio que isso seja uma resposta que a esquerda não prevalecerá nesta região. O que é muito bom no meu entender, não só para a América do Sul, como para o mundo”, falou.

Defendeu ainda reformas na OMC (Organização Mundial do Comércio) e melhorias nas práticas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Bolsonaro em Davos (Galeria - 6 Fotos)

Meio ambiente

Bolsonaro disse que o Brasil é o país que mais preserva no mundo em relação ao território.

“A parte da agricultura ocupa 9% do território nacional, a pecuária aproximadamente 25%. Hoje 30% são florestas, damos sim exemplo para o mundo”, falou.

Ao defender em Davos a redução de poluentes, Bolsonaro vai em sentido oposto de declarações anteriores. No ano passado, durante a campanha, Bolsonaro afirmou a intenção de deixar o Acordo de Paris.

Questionado sobre as ações que faria para preservar o meio ambiente, o político do PSL disse que isso tem estar “casado com o desenvolvimento”.

O presidente falou ainda sobre o fato de o Brasil ter diversidade, mas não estar entre o que mais atrai turistas. “Vamos investir pesado na segurança para que vocês nos visitem com suas famílias, pois somos um dos primeiros países em belezas naturais, mas não estamos entre os 40 destinos turísticos mais visitados do mundo”.

Bolsonaro disse ainda que atuará em sintonia com outros países para promover a redução de CO2 (dióxido de carbono).

“Nós pretendemos estar sintonizados com o mundo na busca da diminuição do CO2 e na preservação do meio ambiente”, disse o presidente, ao responder perguntas ao fim de seu discurso no fórum.

O Fórum Econômico Mundial

A cidade suíça de Davos se prepara para receber a 39ª edição do encontro anual do FEM (Fórum Econômico Mundial). O evento vai até 6ª (25.jan).

O FEM, com sede em Genebra, foi criado em 1971 pelo professor suíço Klaus Schwab. Apesar de não ser o único evento da organização, o Fórum de Davos serve como uma vitrine para governos, empresários e organizações trocarem experiências e atraírem o interesse de investidores internacionais.

Foram confirmadas as ausências de Donald Trump –que negocia a aprovação do orçamento do governo após 1 mês de shutdown, o maior da história há alguns dias–, do francês Emmanuel Macron –que enfrenta as constantes manifestações dos “coletes-amarelos”–, e da primeira-ministra Theresa May –envolta nas negociações para aprovar a saída britânica da União Europeia.

Por conta disso, a delegação brasileira –capitaneada pelo presidente Jair Bolsonaro, em seu 1º compromisso no exterior desde que tomou posse– deve ser a grande atração do evento. Ele será o 1º chefe de Estado a discursar na abertura do Fórum.

Com o tema “Globalização 4.0: Moldando uma Arquitetura Global na Era da 4ª Revolução Industrial”, a edição de 2019 do Fórum traz à mesa debates como o efeito das mudanças climáticas extremas no ciclo econômico mundial, as desigualdades sociais, a crise migratória na Venezuela e a preservação do meio ambiente –temáticas delicadas na agenda do chanceler Ernesto Araújo, 1 conhecido crítico da vertente globalista na abordagem diplomática.

Nesse sentido, a missão brasileira busca descaracterizar a imagem autoritária e isolacionista de Bolsonaro e apresentar o país como uma “democracia com economia vibrante do século 21”, de acordo com 1 membro da equipe de Guedes.

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