A Petrobras informou que seu Conselho de Administração (CA), em reunião realizada hoje, autorizou o encaminhamento à Assembleia Geral Ordinária (AGO), prevista para 25 de abril de 2024, da proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 14,2 bilhões.
Caso haja aprovação da AGO, considerando os dividendos antecipados pela companhia ao longo do exercício, ajustados pela Selic, os dividendos totais do exercício de 2023 totalizarão R$ 72,4 bilhões.
A informação foi anunciada pela estatal na noite de hoje, pouco antes de divulgar seu balanço do ano passado com lucro líquido de R$ 124,6 bilhões em 2023, o primeiro ano sob gestão de indicados pelo presidente Lula, do PT, em seu terceiro mandato. O resultado representou uma queda de 33% no lucro em relação a 2022.
Em comunicado, a estatal disse que os dividendos propostos já levam em consideração o valor de ações recompradas no quarto trimestre de 2023 de R$ 2,7 bilhões e a correção pela Selic, a taxa básica de juros, sobre as antecipações de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) relativos ao exercício social de 2023, no valor de R$ 1,1 bilhão.
Além disso, o lucro remanescente do exercício, após os dividendos e formação de reservas legais e estatutária, totaliza R$ 43,9 bilhões.
Segundo a Petrobras, o conselho propôs que esse montante seja integralmente destinado para a reserva de remuneração do capital, com a finalidade de assegurar recursos para o pagamento de dividendos, juros sobre o capital próprio, suas antecipações e recompras de ações.
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Em 2022, a estatal distribuiu R$ 222,6 bilhões em dividendos. O pagamento de dividendos era uma das principais preocupações dos analistas para a divulgação do balanço financeiro da empresa de 2023 hoje.
Bancos como Citi e Goldman Sachs previam dividendos ordinários entre US$ 7 bilhões (cerca de R$ 34,5 bilhões levando em conta o câmbio de R$ 4,94) e US$ 8 bilhões (R$ 39,5 bilhões).
A companhia distribui como dividendos a seus acionistas 45% do fluxo de caixa livre (valor que sobra do caixa gerado com a operação depois de descontados os investimentos).
Na semana passada, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista à agência Bloomberg, que a petroleira deve ser mais cautelosa em relação à distribuição de dividendos bilionários à medida em que busca se tornar uma potência em energia renovável, mobilizando mais recursos para investimentos.
As ações despencaram mais de 5% num só dia. A estatal então divulgou comunicado afirmando que não havia decisão tomada sobre o tema.
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Os dividendos pagos pela Petrobras nos últimos cinco anos:
- 2018: R$ 7,1 bilhões
- 2019: R$ 10,7 bilhões
- 2020: R$ 10,3 bilhões
- 2021: R$ 101,4 bilhões
- 2022: R$ 222,6 bilhões
Em relação aos dividendos extraordinários, o Itaú BBA previa, em relatório, que a estatal tinha espaço para distribuir em dividendos extraordinários uma quantia entre US$ 4,7 bilhões (R$ 23,2 bilhões) e US$ 8,6 bilhões (R$ 42,4 bilhões).
Porém, a Petrobras, segundo fontes, previa alocar cerca de metade dos dividendos extraordinários para a "reserva estatutária". Essa reserva tem como objetivo garantir a sustentabilidade econômica da empresa. Mas, para especialistas, é uma forma de a estatal aumentar os investimentos, principalmente, em fontes renovável.