O Conselho de Administração da Petrobras definiu, em reunião na sexta-feira, pela liberação do pagamento de 50% dos dividendos extraordinários que haviam sido retidos em sua totalidade. A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dar aval à distribuição de metade do valor aos acionistas já havia sido antecipada pela colunista do GLOBO Malu Gaspar.
- União: Fazenda estima ganho de R$ 6 bilhões com distribuição de dividendos da Petrobras
- Em cartada para se manter no cargo: Prates infla proposta de 'PAC do Mar' com projetos em 'avaliação'
A expectativa é que a proposta seja aprovada ao ser levada à Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para o próximo dia 25 de abril. O pagamento dos 50% remanescentes ainda será avaliado pelo conselho.
Se aprovado em assembleia, o pagamento de metade dos dividendos fará a Petrobras distribuir quase R$ 22 bilhões ao mercado. Deste total, cerca de R$ 6 bilhões vão para os cofres da União, acionista majoritária da empresa.
Relembre o impasse no pagamento dos dividendos
O conselho da Petrobras decidiu em março por reter o pagamento dos dividendos extraordinários. A diretoria da companhia presidida por Jean Paul Prates. defendia o pagamento de 50% do valor. Mas o governo determinou que todo o dividendo extraordinário ficasse no fundo de reserva.
A tese de retenção de 100% dos dividendos extras era também defendida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silvia, demais representantes do ministério e a conselheira representante dos empregados.
Eles defendiam a retenção do dinheiro para melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos. Já os acionistas minoritários queriam a distribuição total.
O impasse gerou uma crise na Petrobras que levou Prates a um processo de fritura no Palácio do Planalto, que chegou a avaliar outro nome para o cargo. Após a interferência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Prates conseguiu se manter no comando da estatal.