Rio

Temporal que atinge o Rio já causou pelo menos três mortes, segundo a Casa Civil

Parte da Rocinha está sendo evacuada após o acionamento de sirenes
Temporal fez com que o Rio tenha pelo menos 15 pontos com interdições por queda de árvores ou bolsões d'água Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Temporal fez com que o Rio tenha pelo menos 15 pontos com interdições por queda de árvores ou bolsões d'água Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo

RIO - Pelo menos três pessoas morreram e duas estão desaparecidas em função do temporal que caiu na cidade, na noite desta quarta-feira. As informações são do secretário da Casa Civil da prefeitura, Paulo Messina e do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.

VÍDEOS: VEJA IMAGENS DO TEMPORAL NO RIO

Após o desabamento de uma casa em Guaratiba, na Zona Oeste, uma mulher morreu e dois homens ficaram feridos e foram levados ao Hospital municipal Lourenço Jorge. Um dos ocupantes da casa está desaparecido. Na Rocinha, uma pessoa morreu após um deslizamento. Uma terceira vítima, morreu após sofrer um acidente de carro e ser levada ao Hospital municipal Miguel Couto, na Zona Sul.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, informou que um motorista de ônibus está desaparecido após acidente na Avenida Niemeyer, que está interditada após as fortes chuvas e um deslizamento no Vidigal. O temporal teria empurrado o veículo à Ciclovia Tim Maia, fechada no horário, que rompeu naquele trecho. Os bombeiros ainda não sabem se o motorista foi arremessado às pedras ou se escapou e deixou o local antes da chegada dos oficiais. Crivella, que comanda gabinete de crise no Centro de Operações da prefeitura, deu entrevista ao "Jornal da Globo". Ele está no local do acidente, no momento. Ainda segundo a Crivella, um passageiro do ônibus também estaria desaparecido.

Equipes do quartel do Corpo de Bombeiros estão na Rocinha e no Vidigal para atender deslizamentos.

O volume de água que desce pelas ruas e vielas da Rocinha arrasta carros e, de acordo com um vídeo postado em redes sociais, também teria levado um homem. As imagens mostram o desespero da vítima.

Ainda na Rocinha, muitos moradores tiveram as casas invadidas pela água. Esse foi o caso da casa de Maria Cristina Alves de Moura, de 61 anos.

—  A casa da minha tia, que fica embaixo da minha, ficou totalmente alagada. Não sei se os eletrodomésticos iram funcionar. A cama e o sófa estão ensopados. É um desespero — afirmou Brenda de Moura Carvalho, sobrinha de Maria Cristina.

A casa da Maria Cristina Alves de Moura, na Rocinha, ficou totalmente alagada Foto: Redes Sociais
A casa da Maria Cristina Alves de Moura, na Rocinha, ficou totalmente alagada Foto: Redes Sociais

A cidade tem pelo menos 12 pontos de interdição. Confira.

A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil, vinculada à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), informou que as sirenes das comunidades da Rocinha e Sítio Pai João, no Itanhangá, foram acionadas às 21h48 desta quarta-feira. Os alertas sonoros indicam que os moradores desocupem as residências e se encaminhem para os pontos de apoio nas localidades. Moradores da Rocinha confirmam que parte da comunidade está sendo evacuada.

A Defesa Civil do município informa também que recebeu, das 19h às 23h44, 80 chamados para vistoria em decorrência das chuvas nos seguintes bairros: Curicica, Guaratiba, Recreio dos Bandeirantes, Camorim, Irajá, Inhaúma, Realengo, Barra da Tijuca, Complexo do Alemão, Grajaú, Freguesia (Jacarepaguá), Engenho de Dentro, Itanhangá, Cosmos, Maracanã, Praça da Bandeira, Vidigal, Gávea, Joá, Paciência, Botafogo, Tijuca, Lins de Vasconcelos, Cachambi, Praça Seca, Humaitá, Senador Camará, Pechincha, Realengo, Oswaldo Cruz, Copacabana, Piedade, Lagoa, Rocinha, Vila Isabel, Encantado e São Conrado. Entre as principais demandas, estão desabamentos de estrutura, ameaças de desabamento, rachaduras e infiltração em imóveis e deslizamento de encosta.

O Centro de Operações da prefeitura (COR) orientou que a população a evite sair de casa. A mensagem foi postada nas redes sociais do órgão: "Pedimos para a população EVITAR temporariamente seu deslocamento", consta de um trecho da mensagem. Além da precipitação, fortes rajadas de ventos, que chegaram a 110 km/h no Forte de Copacabana, também foram registradas em diferentes partes do Rio e causaram transtornos aos moradores. Na Avenida Lúcio Costa, na Reserva, Zona Oeste do Rio, um telhado foi arrastado até a pista, que tem um trecho bloqueado. Além disso, a força do ventos foi tamanha, que nem cabos que sustetavam  o teleférico do Alemão, na Zona Norte, resistiram. O material caiu.

Outros transtornos

Os shopping Village Mall e New York City Center, ambos na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, ficaram alagados com o forte temporal.

No Village Mall, o impacto da chuva foi tão grande que parte do teto da praça de alimentação caiu.

Na Zona Sul, o shopping da Gávea, que fica na Rua Marquês de São Vicente, também foi invadido pela água.

Na Rua Retiro dos Artistas, no bairro Pechincha, também na Zona Oeste do Rio, uma árvore caiu, invadiu a residência de um morador, e atingiu os fios de alta tensão, o que deixou o local sem luz.

Árvore caiu na Rua Retiro dos Artistas, no Pechincha Foto: Redes Sociais
Árvore caiu na Rua Retiro dos Artistas, no Pechincha Foto: Redes Sociais

Ninguém ficou ferido. O morador da casa atingida falou com O GLOBO.

— Levei um susto. A árvore chegou a quebrar parte do meu telhado. Estou com medo de sair de casa, porque os fios de luz foram atingidos e podem pegar fogo. — afirmou Reinaldo Furtado Figueiredo, dona da casa atingida.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o Hotel Sheraton, que fica na Avenida Niemeyer, uma das principais vias que liga São Conrado a Gávea, na Zona Sul do Rio, totalmente alagado. Turistas passam em meio a poltronas, que boiam, como num navio naufragado.