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Depois de ligação para Renan Calheiros vazar, governo monta força-tarefa para ligar a outros candidatos

Jair Bolsonaro disse ter procurado todos os candidatos para 'desejar boa sorte'
O presidente Jair Bolsonaro Foto: EVARISTO SA / AFP
O presidente Jair Bolsonaro Foto: EVARISTO SA / AFP

BRASÍLIA - Depois de o telefonema do presidente Jair Bolsonaro para o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ser divulgado pela imprensa, o governo montou às pressas, nesta quinta-feira, uma força-tarefa para ligar para os outros candidatos à Presidência do Senado .

O GLOBO publicou a reportagem com a informação da ligação parabenizando Renan pela vitória na disputa interna no MDB pela indicação à candidatura ao cargo, às 20h25.

Às 21h25, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, usou o Twitter para dizer que Bolsonaro "ligou, hoje, para TODOS os candidatos à Presidência do Senado, num gesto de respeito à instituição". O presidente também usou a rede social, às 21h38:

"Nesta quinta-feira, véspera das eleições para presidência do Senado, procuramos diplomaticamente fazer contato com os candidatos desejando-lhes boa sorte. O eleito será importantíssimo para a democracia e o futuro do Brasil", escreveu.

Em postagem seguinte, o presidente completou:

"Qualquer tentativa de desvirtuar o papel institucional do Governo diante desses fatos é desprovida de boa fé e de profissionalismo. Boa noite a todos!".

As ligações foram disparadas, porém, depois da ligação para Renan e a divulgação dela pela imprensa.
Apoiado informalmente por Onyx, Davi Alcolumbre (DEM-AP) recebeu a ligação por volta de 21h20, segundo sua a assessoria. Tasso Jereissati (PSDB-CE) só falou com Bolsonaro cerca de 22h, depois, inclusive, das postagens do presidente e do ministro. O mesmo ocorreu com o senador Reguffe (Sem partido-DF), que o atendeu perto das 22h20.

Alvaro Dias (Podemos-PR) disse que atendeu Bolsonaro por volta de 21h45. Ângelo Coronel (PSD-BA) recebeu um telefonema do Planalto às 21h40, mas caiu. O senador Esperidião Amin (PP-SC) não quis informar se recebeu a ligação. Major Olímpio (PSL) não atendeu a reportagem.

O governo foi criticado por senadores de diferentes colorações partidárias depois de a Casa Civil atuar na disputa. Segundo parlamentares, Leonardo Quintão, da equipe de Lorenzoni, procurou candidatos tentando desmobilizá-los em favor de Alcolumbre. A senadora Simone Tebet (MDB) disse, na semana passada, que foi proposto a ela que desistisse de se candidatar. Em troca, a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) estaria garantida a ela.