Brasil

'Por que citar tão somente (o caso) Marielle?', diz Damares após discursar na ONU

Ministra se comprometeu a proteger ativistas dos direitos humanos, mas não mencionou em sua fala nas Nações Unidas o assassinato ainda não solucionado da vereadora carioca
Damares Alves fala a jornalistas após discursar na ONU, em Genebra Foto: Valéria Maniero
Damares Alves fala a jornalistas após discursar na ONU, em Genebra Foto: Valéria Maniero

GENEBRA - Questionada sobre o motivo de não ter tratado nesta segunda-feira, em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), do caso da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada em março do ano passado — com enorme repercussão no mundo inteiro —, a ministra Damares Alves disse que "temos outros casos no Brasil".

— Por que citar tão somente Marielle? A gente poderia fazer uma lista. E a gente entende que este não era um ambiente de prestação de contas do caso Marielle — afirmou Damares, referindo-se ao ambiente da Comissão de Direitos Humanos da ONU, onde discursou. — O recado que a gente queria mandar é que os defensores dos direitos humanos estão sendo protegidos no Brasil.

Deputados homenagearão Marielle no dia 18 Foto: Márcia Foletto / Márcia Foletto
Deputados homenagearão Marielle no dia 18 Foto: Márcia Foletto / Márcia Foletto

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos afirmou em seu discurso que o Brasil segue comprometido com a proteção dos "corajosos defensores de direitos humanos", embora não tenha mencionado a morte de Marielle, prestes a completar um ano, nem a saída do deputado Jean Wyllys (PSOL) do país, depois de ameaças de morte que ele sofreu por conta de sua militância em prol das pessoas LGBTI.

— Esta semana, recebemos mais pedidos de pessoas para serem acolhidas no programa (de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos), inclusive lideranças indígenas. Todos os pedidos têm sido acolhidos. Eles (os defensores) têm sido protegidos. O programa é eficiente. Não vejo contradição — disse Damares.