Por RJ2


Sérgio Cabral diz que havia desleixo com contabilidade das propinas

Sérgio Cabral diz que havia desleixo com contabilidade das propinas

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral assumiu a procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que, quando já estava preso, mentiu em depoimentos à Justiça para beneficiar ex-parceiros que integraram seu governo.

O depoimento de Cabral exibido pelo RJ2 desta quarta-feira (27) mostra o ex-governador afirmando que combinou versões com o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes, Miguel Skin e Gustavo Estelita, empresários do setor de saúde.

MPF: O Côrtes falou que tinha recebido valores para uma campanha eleitoral, depois se retratou...

Cabral: Mentira. Isso foi um combinado meu com ele na prisão para dizer isso, para ajudá-lo.

MPF: O senhor chegou a combinar versões com o Sérgio Côrtes?

Cabral: Combinei versões com ele.

MPF: E com outros investigados?

Cabral: Combinei também, com o Miguel (Skin) e o Gustavo (Estelita).

MPF: Que versão foi combinada?

Cabral: A que eu disse no meu depoimento e que não é verdade. Não foi só dinheiro de campanha.

Em nota, a defesa do empresário Miguel Skin disse que o desespero leva pessoas a inventar fatos. A defesa de Sérgio Côrtes afirmou que os fatos relatados por Cabral não são novos. A produção do RJ2 não conseguiu contato com a defesa de Gustavo Estelita.

Revelações

Na semana passada e nesta, o ex-governador tem aberto o jogo e contado ao MPF e à Justiça detalhes da corrupção no Rio de Janeiro. Oficialmente, Cabral não é considerado um delator, mas sim réu confesso.

E a disposição dele em falar a verdade parece estar só no começo. No depoimento ao MPF no dia 15, e na terça-feira (26) ao juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Cabral disse que tem muito mais a contar.

Recebimento de propina

Também na semana passada, Cabral admitiu pela primeira vez que recebeu propinas em obras, contratos com fornecedores e negociações envolvendo o governo do estado.

Durante o depoimento, Cabral falou de valores ilícitos supostamente pagos durante a reforma do Maracanã, desapropriação do Porto do Açu, Linha 4 do Metrô, entre outros episódios.

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