Economia

Bolsonaro volta a criticar metodologia do IBGE para medir desemprego no país

Na opinião do presidente, método não corresponde à realidade e índices parecem feitos para enganar a população

Reforma da Previdência: ‘A bola agora está com o Congresso’
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Reprodução TV
Reforma da Previdência: ‘A bola agora está com o Congresso’ Foto: / Reprodução TV

RIO — O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a metodologia adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir a taxa de desemprego no Brasil. Em entrevista concedida na noite dessa segunda-feira à TV Record, durante visita a Jerusalém, o presidente afirmou que o método utilizado para verificar o número de desocupados no país não corresponde à realidade. Em outubro do ano passado, na condição de presidente eleito, Bolsonaro já havia classificado a metodologia de cálculo de desemprego do IBGE como "farsa" . Na ocasião, após fala de Bolsonaro, IBGE disse que pesquisa de desemprego segue padrões internacionais .

— Como é feita hoje em dia a taxa? Leva-se em conta quem está procurando emprego, só quem está procurando emprego. Quem não procura emprego, não é tido como desempregado. Quem está, por exemplo, recebendo Bolsa Família, é tido como não empregado. Quem recebe auxílio-reclusão também está tido como empregado. Então, quando há uma pequena melhora na questão do emprego no Brasil, essas pessoas que não estavam procurando emprego, procuram, e, quando procuram e não acham, aumenta a taxa de desemprego. É uma coisa que não mede a realidade. Parecem índices que são feitos para enganar a população — afirmou Bolsonaro, ressaltando:

— Quem gera emprego é o setor privado.Tenho dito aqui, fui muito criticado, e volto a repetir: não interessam as críticas. Eu tem de falar a verdade. Com todo respeito ao IBGE, essa metodologia, em que pese ser aplicada em outros países, não é a mais correta.

Segundo o presidente, é fácil se chegar à metodologia correta no que diz respeito à taxa de desemprego:

— É você ver dados bancários e dados junto à Secretaria de Trabalho, quantos empregos geramos a mais por mês ou quantos perdemos. É muito simples.

Na última sexta-feira, o IBGE divulgou que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro, atingindo 13,1 milhões de pessoas . Nos três meses de setembro a novembro, que servem como base de comparação, a taxa havia ficado em 11,6% e o desemprego atingido 12,2 milhões de pessoas. Há um ano, a taxa estava mais alta: era de 12,6%.

Reforma da Previdência

O presidente reforçou que está pronto ao diálogo com o Congresso, e que a conversa com os parlamentares vai acontecer com maior intensidade a partir de agora. Quando à reforma da Previdência, Bolsonaro disse esperar que as propostas sejam aperfeiçoadas pelos parlamentares.

— Fui deputado por 28 anos, conheço bastante o Parlamento. Vamos, com toda a certeza, chegar a bom termo, porque, o que eu apresentei ao Parlamento com a reforma da Previdência não é um projeto meu ou do meu governo, é do Brasil. O parlamento é muito importante para aperfeiçoar essas propostas. Não pode é ficar sem votar, porque daí o Brasil perde como um todo.

De acordo com o presidente, se o Brasil não aprovar a reforma da Previdência, o país estará a um passo de um caos econômico onde todos perderão:

— A bola está com o legislativo agora. Vão ter algumas pequenas brigas, mas que essas pequenas brigas não se trasnformem em um divórcio.