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Por Jornal Nacional


Bolsonaro se reúne com líderes de partidos para articular Previdência

Bolsonaro se reúne com líderes de partidos para articular Previdência

O presidente Jair Bolsonaro intensificou nesta quinta-feira (4) a articulação política pela aprovação da reforma da Previdência no Congresso.

O dia estava reservado para os presidentes de seis partidos. O do PRB, Marcos Pereira, foi o primeiro. Ele disse que vai liberar a bancada para votar como quiser na reforma da Previdência e ouviu que o governo vai criar dois conselhos para ajeitar a articulação política.

“Vai chamar os presidentes dos partidos uma vez por mês e também uma vez por mês os líderes das bancadas para poder dialogar com o presidente, com o presidente presente, poder dar sugestões e fazer críticas construtivas”.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, saiu do encontro dizendo que Jair Bolsonaro pediu e o partido empenhou apoio para reforma, mas disse que o PSD não vai obrigar os deputados a votarem com o governo.

“Pediu apoio para as reformas e nós sabemos que elas são importantes para o país. Em relação às bancadas, o partido não fechará questão, mas haverá um esforço bastante intenso no sentido de mostrar aos parlamentares a importância delas para o Brasil”.

O ex-governador de São Paulo, que preside o PSDB, veio em seguida. Geraldo Alckmin afirmou que, mesmo atuando com independência, o PSDB tem compromisso com a reforma.

“Nós temos compromisso com o Brasil, com o interesse é público, e a reforma da Previdência precisa ser centrada em dois objetivos: o primeiro de justiça social - não é possível permitir privilégio e é preciso proteger aqueles que mais precisam então tem que ter um foco na justiça social - e de outro lado, fiscal”.

O Democratas, que apoia a reforma e tem três ministros, além dos presidentes da Câmara e do Senado, foi tratado com deferência. A conversa durou quase duas horas. O presidente do partido, ACM Neto, pediu envolvimento permanente de Bolsonaro na articulação.

Sobre fechar questão na Câmara e no Senado para aprovar a reforma da Previdência, ele disse que o posicionamento tem relação direta com o texto que chegará ao plenário da Câmara.

“É claro que se o texto que for votado no plenário tiver o apoiamento majoritário do partido, nós podemos, sim, avançar para propor o fechamento de questão em torno da reforma da Previdência”.

O presidente do MDB, Romero Jucá, disse que o partido apoia a reforma.

“A Previdência é um tema que é extremamente relevante para o Brasil, nós somos favoráveis a uma reforma, uma construção de uma nova Previdência”.

O presidente do Progressistas, Ciro Nogueira, que também esteve com Bolsonaro, saiu sem falar.

Foram seis presidentes de partidos. Juntas, essas bancadas na Câmara somam 196 deputados.

Preocupado com a repercussão dos encontros, Bolsonaro afirmou que não tratou de distribuição de cargos e que o Executivo e o Legislativo estão unidos pela nova Previdência.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que participou de todas as conversas, disse que o presidente vai avaliar as reclamações sobre o tratamento, a falta de diálogo com os parlamentares.

“Com muita humildade, que é a característica principal do presidente Jair Bolsonaro, que recebe todos esses questionamentos, essas questões pontuais, e nós vamos tratar disso. É importante ter esse canal de diálogo exatamente para poder melhorar o nosso governo”.

E na Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça ouviu seis juristas sobre a constitucionalidade da PEC da Previdência. Não houve consenso sobre alguns pontos, como a criação de um sistema de capitalização, em que o trabalhador contribuiria diretamente para uma conta individual como se fosse uma poupança.

O relator da proposta na CCJ, delegado Marcelo Freitas, deve apresentar o parecer dizendo se a reforma é ou não constitucional no próximo dia 9. E disse que o relatório não vai ser longo, vai ter 20, 25 páginas. Freitas reafirmou que, se houver mudanças no Benefício de Prestação Continuada, o BPC, pago a idosos de baixa renda, e na aposentadoria rural, não serão na CCJ.

“Na Comissão de Constituição e Justiça permanece o BPC, permanece o rural. Talvez - aí o Parlamento é soberano e vai dizer isso com tranquilidade - essa questão seja excluída na comissão especial”.

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