Por Jornal Nacional


Jair Bolsonaro e presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, falam sobre a Previdência

Jair Bolsonaro e presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, falam sobre a Previdência

No Chile, Bolsonaro também tratou de Previdência e da relação com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, do DEM. No Brasil, Maia também comentou.

Num café da manhã com empresários chilenos, o presidente disse que a equipe econômica vai destravar a economia e defendeu a reforma da Previdência, mas sem o que ele chamou de velha política.

“Na política tradicional existem reações por parte de alguns da classe política. Mas acredito que a maioria não esteja contaminada pela velha política. E nós precisamos fazer as reformas”, disse.

Em Brasília, simultaneamente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, voltou a pedir mais participação do presidente Bolsonaro na formação da base para aprovar a reforma.

“Ele não pode terceirizar a articulação como ele estava fazendo. Quer dizer, transfere para o presidente da Câmara e para o presidente do Senado uma responsabilidade que é dele. E fica transferindo e criticando: ‘Ah, a velha política tá me pressionando, estão me pressionando’. Então, ele precisa assumir essa articulação porque ele precisa dizer o que é a nova política”.

Na saída do almoço, no Palácio de La Moneda, e antes de embarcar de volta ao Brasil, o presidente Jair Bolsonaro respondeu as declarações de Rodrigo Maia e disse acreditar que há um mal-entendido.

“A bola está com ele, não está comigo. Eu já fiz a minha parte. Já entreguei. O compromisso dele, regimental, é despachar e o projeto andar dentro da Câmara, nada mais. Nada falei contra Rodrigo Maia. Muito pelo contrário, estou achando que houve um tremendo mal-entendido. Eu não o critiquei, eu não sei por que ele está se comportando dessa forma um tanto agressiva no tocante à minha pessoa”.

O presidente disse também que cabe ao Parlamento aperfeiçoar a proposta de reforma, mas insistiu que não vai repetir o erro de outros presidentes

“A bola agora está com o Parlamento, eles vão agora com toda a certeza aperfeiçoar. Bola para frente. O que é articulação? O que está faltando eu fazer? Eu pergunto a vocês: o que foi feito no passado? Eu não seguirei o mesmo destino de ex-presidentes. Pode ter certeza disso. Nós todos temos que pensar, me desculpa o Piñera, lá no Brasil, no nosso país, fortalecer o nosso país. Não são todos, mas alguns não estão acostumados a fazer nova política. A anterior deu errado. E olha onde estão os ex-presidentes. Eu não quero ir para lá. Eu não irei para lá com os mesmos erros. Jamais”.

De tarde em São Paulo, Rodrigo Maia mencionou as mensagens de Bolsonaro nas redes sociais para justificar sua declaração de que tem recebido críticas do presidente.

“Você pode pesquisar aos meus twitters e os do presidente e do entorno do presidente para você ver quem está sendo agredido nas redes sociais. Aí você vai poder chegar à conclusão que há uma distorção na frase do presidente”.

Apesar dessas queixas, Maia disse que continuará empenhado na aprovação da reforma da Previdência.

“Cada um colocou seu ponto de vista, o presidente colocou o dele e eu coloquei o meu, eu não tenho mais a tratar do que ocorreu nos últimos dias, eu estou preocupado em sinalizar claramente para a sociedade que o Parlamento vai permanecer sendo um ponto de equilíbrio, um ponto de diálogo e de clareza para a sociedade que, no nosso Parlamento, nós vamos aprovar as matérias de interesse da sociedade, nós vamos aprovar a reforma da Previdência, entre outras matérias”.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu harmonia na relação entre governo e Congresso.

“Na qualidade de governador do estado, confiamos e apoiamos plenamente a conduta, o trabalho e a relevância do deputado Rodrigo Maia como presidente da Câmara federal e como líder para aprovação da reforma da Previdência. Entendemos que é importante que o Poder Executivo do governo do presidente Jair Bolsonaro compreenda a importância de uma relação harmônica com os poderes, a começar pelo Poder Legislativo, mas também com o Poder Judiciário e com os membros do Executivo, onde se destacam os governadores do Brasil”.

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