Mulher é levada para fora de um centro de saúde em Beira, em Moçambique, nesta terça-feira (26) — Foto: Mike Hutchings/ Reuters
Uma guarnição do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais que trabalhou nas buscas por vítimas em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, vai a Moçambique, país devastado pelo ciclone Idai que passou pelo continente africano há 12 dias. A informação foi dada pelos bombeiros na manhã desta quarta-feira (27).
A missão vai contar com 20 militares, especialistas em operações de busca, salvamento e gestão de desastre. O embarque deles está previsto para a sexta-feira (29) e a previsão de participação na Operação África é de 15 dias.
Os bombeiros de Minas são referência em salvamentos em soterramentos, enchentes e inundações, buscas e resgates, entre outras habilidades. Na missão africana, eles vão atuar nas ações de busca, resgate e também com planejamento e inteligência, com os conhecimentos de georreferenciamento e busca aérea.
Além dos militares, uma aeronave das Forças Armadas Brasileiras levará três picapes, dois botes, três drones com imageador térmico e ferramentas específicas da atividade, como desencarceradores e expansores hidráulicos, equipamentos dos Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
A tropa ficará estabelecida na região das cidades de Beira e Dondo, em Moçambique, locais severamente destruídos pelo ciclone.
O Ciclone Idai
Homem procura por documentos em meio a escombros após passagem de ciclone no Zimbábue — Foto: REUTERS/Philimon Bulawayo
Com ventos de mais de 170 km/h, ele danificou casas, provocou inundações e deixou destruída 90% cidade portuária de Beira, a segunda maior do país.
Em seguida, o ciclone passou por Zimbábue e Malauí, países vizinhos. Mais de 700 pessoas morreram e centenas estão desaparecidas. Só em Moçambique, este número chega a quase 470.
A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo esta semana à comunidade internacional por doações para os países africanos.
Operação Brumadinho
Bombeiros buscam por vítimas da Vale, em Brumadinho. — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros
Os bombeiros estão há 62 dias procurando por vítimas em Brumadinho. De acordo com último balanço da Defesa Civil, 216 mortes foram confirmadas e outras 88 pessoas ainda estão desaparecidas.
De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a operação na África não impactará a atuação dos bombeiros em Brumadinho ou nas outras cidades, visto que o planejamento de rodízio das equipes já contemplava essa e outras possibilidade de apoio.
A Barragem do Feijão, da Vale, se rompeu no dia 25 de janeiro. O “mar de lama” destruiu estruturas da mina, casas e plantações. O Rio Paraopeba foi contaminado.
Nesta quarta-feira (27), 168 bombeiros participavam da operação que era realizada em 23 frentes de trabalho.