Bolsonaro demite Vélez; novo ministro é Abraham Weintraub

Demissão anunciada via Twitter

O ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, demitido nesta 2ª feira (8.abr)
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O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta 2ª feira (8.abr.2019) Ricardo Vélez Rodríguez do comando do Ministério da Educação. Abraham Weintraub é o novo ministro. A decisão foi anunciada via Twitter pelo presidente da República.

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Tweet de Jair Bolsonaro comunicando a substituição de Ricardo Vélez

Bolsonaro reuniu-se com Vélez nesta 2ª no Planalto, logo antes de comunicar a demissão.

Novo ministro da Educação, Abraham Weintraub

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Weintraub com Jair Bolsonaro em almoço do Poder360-ideias no restaurante Piantella

Abraham Weintraub é nome anunciado por Bolsonaro para ocupar a vaga de Ricardo Vélez. Economista graduado pela USP e professor na Unifesp, era secretário-executivo na Casa Civil comandada por Onyx Lorenzoni.

Clique aqui e leia mais sobre o novo ministro da Educação.

Demissão já era prevista

Na última 6ª feira (5.abr), em café da manhã com jornalistas no Planalto, Bolsonaro sinalizou que a possibilidade de demitir Vélez estava na mesa e disse que o martelo seria batido na 2ª feira: “vai ser o dia do fico ou não fico”. Afirmou que “falta gestão” na pasta. No domingo (7.abr), reafirmou que decidiria sobre o ministro na 2ª.

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Em 27 de março, o presidente da República disse estar sendo alvo de fake news quando a jornalista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, noticiou que o presidente havia decidido afastar o ministro. No mesmo dia, havia viralizado nas redes 1 vídeo onde Vélez era questionado pela deputada Tábata Amaral (PDT-SP) na Comissão de Educação da Câmara.

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Bolsonaro negou em 27 de março que teria decidido demitir Vélez

Confusão no MEC

A escolha de Vélez para o comando do Ministério da Educação foi uma indicação de Olavo de Carvalho, considerado 1 “guru” dentro do governo. Os 2, no entanto, afastaram-se em meio a uma crise que já se estende por meses. Olavistas, militares e técnicos travam uma disputa interna no ministério que já levou a dezenas de demissões.

Nos últimos 3 meses, o ministério da Educação registrou uma série de idas e vindas:

  • 11.mar.2019 – governo demite 6 funcionários do alto escalão do ministério: chefe de gabinete, secretário adjunto, assessor especial e 3 diretores;
  • 12.mar.2019 – Vélez demite o secretário executivo da pasta, Luiz Antonio Tozi. Anunciou o secretário-executivo adjunto, Rubens Barreto Silva, para a vaga, mas a nomeação não chegou a ser publicada no Diário Oficial;
  • 14.mar.2019 – Ricardo Vélez anuncia que Iolene Lima será a nova secretária-executiva da pasta;
  • 22.mar.2019 – Iolene Lima se demite do Ministério da Educação;
  • 25.mar.2019 – a secretária de Educação Básica, Tânia Leme da Almeida, pede demissão;
  • 26.mar.2019 – Marcus Vinícius Rodrigues, diretor do Inep, é demitido. Vélez diz que ele “puxou o tapete” por ter mudado de entendimento sobre Base Nacional Curricular e assinado a portaria que suspendeu a avaliação de alfabetização (que posteriormente foi revogada).
  • 27.mar.2019 – em resposta ao afastamento de Marcus Vinícius, o economista Paulo César Teixeira, coordenador do Enem, pede demissão.

No último sábado (6.abr), Olavo atacou Vélez via Facebook, dizendo que não sabia de suas “obscenas tucanadas e clintonadas”. Também declarou que não lamentaria se o ministro fosse retirado do cargo. A demissão veio 2 dias depois.

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A estocada de Olavo de Carvalho em Vélez no Facebook

 

 

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