A escolha de Abraham Weintraub para a Educação reforça no Congresso a percepção de que Jair Bolsonaro ainda não pensa em mudar o modus operandi de sua relação com os parlamentares. A vaga aberta pela saída de Vélez Rodriguez era uma janela de oportunidade para o Planalto ampliar apoios. Porém, ao optar pelo economista, discípulo de Olavo de Carvalho e bolsonarista de quatro costados, o sinal do presidente é muito claro: continuará tendo como prioridade a guerra cultural, mesmo com o desgaste de sua imagem registrado pelas pesquisas.
Abraço. Para um desses líderes, a estratégia de Bolsonaro é fragilizar o já fragilizado Congresso e impor sua agenda aos parlamentares. Ambos, porém, estão se enfraquecendo juntos.
Era cilada. Nem todo mundo tinha interesse no convite para a Educação. Isso porque significaria compor de vez a base de apoio a Bolsonaro num momento em que o "noivo" ainda não convence ninguém de seu amor.
In PG we trust. A queda de Bolsonaro na pesquisa não fez cócegas no mercado financeiro. Simplesmente porque Paulo Guedes ainda se mantém firme e forte e a reforma dá sinais de que pode avançar com a ajuda de Rodrigo Maia (DEM).
Calma, galera. André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, pondera que a queda na popularidade do presidente, somada à falta de reação na economia e ao mal-estar entre os Poderes, pode atrapalhar o andamento da reforma.
De olho. No encontro com os líderes do PR hoje, Bolsonaro vai ouvir reclamações quanto ao bloqueio do Orçamento que congelou R$ 3 bilhões de emendas dos parlamentares.
Pressa. Durante a estadia na casa de João Doria em Campos do Jordão (SP), Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre disseram ao tucano que pretendem aprovar a reforma da Previdência até o fim de julho.
Paulista. Quem estava com o governador de São Paulo no evento em que ele cobrou maior participação do setor produtivo na defesa da reforma da Previdência vê um destinatário óbvio para o recado: a Fiesp.
SINAIS PARTICULARESAbraham Weintraub, nomeado ministro da Educação
Nome... O MDB pretende redefinir suas bandeiras em busca de uma imagem que vá além de ser o eterno "partido da situação".
...e sobrenome. Romero Jucá, presidente do MDB, vai organizar congressos estaduais e um nacional para definir quais serão as novas plataformas do partido.
Namoro ou amizade? O ex-governador Paulo Hartung, sem partido, participará com João Amoêdo, fundador do Novo, de um seminário na Universidade de Vila Velha (ES). O partido está aberto ao diálogo.
CLICK. O anúncio do novo ministro da Educação pelo presidente foi seguido de uma errata: apesar de ter dito que ele era doutor, na verdade, tem apenas mestrado.
6 por meia dúzia. Quem conhece o novo ministro da Educação diz que ele é um Vélez melhorado: ao menos tem experiência em gestão.
Voz... Criada por juristas e ex-ministros, a Comissão Arns de Direitos Humanos se pronunciará hoje sobre o pacote anticrime de Sérgio Moro e a morte de 15 pessoas em março no morro do Fallet (RJ), em ação da PM.
...da sociedade. Também está na pauta a instalação de um linhão de energia em terras dos índios Waimiri Atroari, no AM e em RR.
BOMBOU NAS REDES!
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República: "Gostei da atuação do general Mourão. Mais união em vez de nós versus eles. Tomara!", sobre encontro que manteve com o vice-presidente em conferência em Harvard
COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, JULIANA BRAGA E MARIANNA HOLANDA
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