Economia Previdência

Maia diz que trabalhará por reforma da Previdência, sem fazer articulação: 'Não sou mulher de malandro'

Presidente da Câmara disse que não fala mais sobre de prazo nem de votos
Deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, participa do "E agora Brasil?" Foto: Jorge William / Agência O Globo
Deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, participa do "E agora Brasil?" Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta segunda-feira que trabalhará pela reforma da Previdência , mas que não vai ficar no meio da articulação do governo para aprovar a proposta, uma vez que apanhou bastante e não é mulher de malandro para gostar disso. Maia lamentou, mas afirmou que respeita a articulação política de Bolsonaro. O presidente da Câmara participou do evento “E agora, Brasil?”, promovido pelo jornal O GLOBO e pelo “Valor Econômico” com patrocínio da CNC

— O presidente da Câmara coordena 512 deputados, todos iguais. Eu recebo na residência da Câmara 50, 60 deputados. É diferente ser presidente da Câmara e presidente da República no sistema presidencialista. Só não vou ficar no meio dessa briga levando pancada da base do presidente. Não vou ser mulher de malandro, de ficar apanhando e achando bom — disse Maia.

Ele afirmou que é irrelevante discussões hoje de quantos votos o governo tem e a data em que vai ser votado. Para Maia, o importante é alcançar os 308 votos necessários e aprovar uma proposta que garanta uma economia de R$ 1 trilhão em dez anos.

— Não falo mais de prazo e nem de voto. Isso atrapalha. O governo dizer que tem 200 votos hoje não faz a menor diferença. Precisa ter 308. E a data é irrelevante. O importante é a economia. O relevante é que a gente consiga R$ 1 trilhão. Infelizmente, quis o governo uma forma de articulação que eu respeito — afirmou Maia.

Ele também disse que, se reforma, o Brasil vai para um "caminho tenebroso".