STF manda soltar Aldemir Bendine, ex-presidente da Petrobras e do BB

Estava detido preventivamente desde 2017

Foi condenado a 11 anos na Lava Jato

Ministros consideraram prisão alongada

Bendine será solto após ficar preso preventivamente por mais de 600 dias
Copyright Marcelo Camargo/Agência Brasil

A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta 3ª feira (9.abr.2019), soltar o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine. Ele está preso desde julho de 2017 após ser alvo da 42ª fase da Lava Jato.

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Votaram pela concessão do habeas corpus os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Foram contra Edson Fachin e Cármen Lúcia. De acordo com a maioria, a prisão preventiva de Bendine, que já dura quase 2 anos, estava alongada e constituía uma antecipação da pena.

Bendine foi condenado em março de 2018 pelo ex-juiz Sérgio Moro a 11 anos de prisão pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Ele teria exigido propina da Odebrecht quando era presidente da Petrobras. Os ministros que votaram a favor da soltura pontuaram que, até o momento, sua condenação não foi confirmada pela 2ª Instância da Justiça.

No entanto, medidas cautelares foram impostas a Bendine. O ex-presidente da Petrobras, que também tem nacionalidade italiana, ficará impedido de deixar o Brasil. Ele também deverá entregar o passaporte, além de não poder manter contato com outros investigados.

Em 2015, quando comandava a Petrobras, Bendine foi acusado de receber o montante de R$ 3 milhões da Odebrecht, em forma de propina, para intermediar contratos entre a empreiteira e a petrolífera. Segundo o Ministério Público,  quando presidia o Banco do Brasil, Bendine também teria solicitado à companhia R$ 17 milhões para beneficiá-la em acordos. O dinheiro não teria sido pago.

Alberto Toron, advogado que defende Bendine, afirmou que ex-chefe da Petrobras não associou-se à empreiteira para cometer os crimes descritos. Ainda de acordo com Toron, não há risco de o seu cliente ser reincidente, já que não ocupa, no momento, cargo público, além de estar com os bens bloqueados.

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