Na Câmara, Weintraub diz que ensino superior foi contingenciado por bater meta

Ministro diz que é erro falar em corte

Apresentação foi marcada por vaias

A explicação sobre o contigenciamento foi marcada por vaias e pedidos de demissão do ministro da Educação Abraham Weintraub
Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.mai.2019

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta 4ª feira (15.mai.2019), em audiência no plenário da Câmara dos Deputados, que o contingenciamento no orçamento das universidades se justifica pelo fato de o ensino superior já ter alcançado as metas que ainda não foram atingidas pelo ensino básico.

“Eu vim da iniciativa privada. Quando você bate a meta, você desvia os seus recursos para as metas em que você está aquém”, disse na sessão que durou 6 horas.

“Onde a gente está superando todas as expectativas? A gente investiu com força na formação dos professores do Ensino Superior. A meta era 75% [de professores com metrado ou doutorado] para 2024. A gente já bateu 77%”, disse.

A explicação sobre o contingenciamento foi marcada por vaias e pedidos de demissão do ministro. A sessão teve momentos de tensão, mas na maior parte do tempo foi marcada por 1 plenário esvaziado.

A avaliação do governo é a de que o ministro superou o desafio sem 1 episódio como o do ministro da Economia, Paulo Guedes, chamado de “tchutchuca dos banqueiros”.

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Deputados da oposição, do Centrão e de partidos independentes fizeram coro às críticas ao ministro.

A fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de chamar os manifestantes em diversas cidades de “idiotas úteis” e “massa de manobra” também incomodou. “Não tem como o governo se sair bem com tanta gente na rua e com o presidente falando uma coisa dessas”, disse o líder Augusto Coutinho (SD-PE).

A líder da oposição, deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ), classificou a apresentação de Weintraub na Câmara como “cínica e que não esclareceu nada”. 

Na audiência, o ministro da Educação disse ainda que é 1 equívoco falar em corte e que há apenas 1 contingenciamento.

Mais cedo, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se recusou a responder se haverá recursos para que os valores sejam descontingenciados no futuro –dado que há expectativa de frustração de receitas com a redução da previsão de crescimento da economia.

Em outro momento, o ministro da Educação também disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era “amigo de banqueiros” e que “parte do dinheiro que foi roubado da Petrobras foi recuperada” e será destinada para as áreas de saúde e educação.

Eis o momento em que deputados pediram a demissão de Abraham Weintraub:

Assista à integra da audiência no plenário da Câmara:

Eis algumas fotos do ministro durante a audiência:

PSL articulou defesa

Os deputados do PSL realizaram uma reunião na manhã desta 4ª feira (15.mai) para definir a tática de defesa do ministro durante a audiência e não repetir o bate cabeça que fez o governo ser derrotado por 307 a 82 no requerimento que pediu a convocação do ministro na Câmara.

Os congressistas optaram por dividir o tempo reservado ao governo e ao PSL para tratarem de pontos específicos, entre eles: os “efeitos dos governos de esquerda” na educação, a “balbúrdia nas universidades” e a diferença entre corte no orçamento e contingenciamento.

Apesar disso, o diálogo não engrenou. O líder do PSL, Delegado Waldir, disse que apresentará 1 pedido de convocação de Onyx Lorenzoni para dar explicações sobre ter dito que “deputados buscavam vantagens” ao afirmar que o governo suspenderia o contingenciamento.

APRESENTAÇÃO DE DADOS

O ministro Abraham Weintraub usou seus primeiros minutos no plenário da Câmara com uma apresentação em slides a respeito da educação brasileira. Chegou ao Congresso acompanhado do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).

Poder360 teve acesso ao arquivo apresentado por Weintraub. Leia na íntegra.

Assista a apresentação inicial do ministro:

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