Cultura

Diretor de 'Bacurau' diz que Bolsonaro 'será bem-vindo para assistir ao filme. Pode até acabar gostando dele'

Longa de Kléber Mendonça venceu Prêmio do Júri no Festival de Cannes
Kleber Mendonca Filho, co-diretor de Bacurau, em Cannes Foto: LOIC VENANCE / AFP
Kleber Mendonca Filho, co-diretor de Bacurau, em Cannes Foto: LOIC VENANCE / AFP

CANNES - Kleber Mendonça Filho falou na noite deste sábado (25) na entreviista coletiva dos vencedores do Festival de Cannes. "Bacurau", dirigido por ele e Juliano Dornelles, dividiu o Prêmio do Júri com "Lés miserables", do francês Ladj Ly.

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– Espero que o prêmio jogue holofetes sobre o lançamento do filme no Brasil, em agosto – afirmou Mendonça Filho na coletiva de imprensa com os vencedores.

O diretor, que há três anos competiu pela primeira vez pela Palma de Ouro com “Aquarius”, foi questionado sobre a importância do prêmio para “Bacurau” para o cinema brasileiro neste momento.

– Nós vivenciamos uma lenta construção da produção de filmes no Brasil nos últimos 15 anos,  por intermédio de políticas de financiamento. Agora vemos ameaças de cortes de verba para as artes, a eduçação. “Bacurau” é uma coprodução com a França, metade de seu orçamento vem de financiamento público brasileiro. Então esses prêmios que os filmes brasileiros receberam aqui se tornaram irônicos – explicou Mendonça Filho.

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Alguém quis saber se os realizadores fariam uma sessão de “Bacurau” para o presidente Jair Bolsonaro.

– Ele será bem-vindo para ao assistir o filme. Pode até acabar gostando dele – riu.