Por Thaís Matos, G1


Meryl Streep e Nicole Kidman em 'Big little lies' — Foto: Reprodução/HBO

“O meu luto é muito estridente pra você?”

É assim que Meryl Streep questiona , com expressão cínica, enquanto oscila entre uma avó doce e uma megera disposta a colocar o universo de "Big little lies" abaixo. A estrela de Hollywood é a grande novidade da segunda temporada da série, que estreia neste domingo (9) na HBO.

Ela é Mary Louise Wright, mãe do personagem de Alexander Skarsgard (Perry Wright). Volta à cidade de Monterey preocupada com os netos e em busca de respostas, disposta a espezinhar a vida da nora Celeste (Nicole Kidman) e suas colegas.

Pelo primeiro episódio da série, exibido para a imprensa nesta sexta (7), ocupará o posto de grande antagonista da história. Sincerona e sempre meio triste, protagoniza bons momentos de humor sarcástico e comedido.

A presença de Streep deixa as posições das protagonistas ainda mais delicadas. Não há pessoas inteiramente boas ou más. E a ausência de uma figura abusadora e violenta dilui a vilania entre as seis mulheres: Madeline (Reese Witherspoon), Celeste (Nicole Kidman), Renata (Laura Dern), Jane (Shailene Woodley), Bonnie (Zoe Kravitz) e Mary Louise.

Laura Dern, Nicole Kidman, Zoe Kravitz, Reese Witherspoon e Shailene Woodley comemoram Globos de Ouro da série 'Big Little Lies' — Foto: Lucy Nicholson/Reuters

A primeira temporada foi um sucesso: de elenco, críticas e premiação. Tão perfeita e amarradinha em seus sete episódios, com um final surpreendente, dividiu os fãs em relação a uma segunda temporada: eles querem mais, mas não querem estragar a obra.

Na segunda, as personagens tentam voltar à normalidade: as mesmas quedas de braço por poder, as intrigas pelos filhos. Mas agora, lidam com luto, culpa e medo.

Outras grandes mentirinhas

O assassinato abalou as relações e o psicológico de muita gente. E apesar de o caso estar oficialmente encerrado, ele não está tão esquecido assim: há alguém misterioso revendo os depoimentos. E há Meryl Streep, ávida por justiça.

A série volta a abordar questões de rivalidade feminina e machismo estrutural. Uma das cenas mais bonitas do primeiro episódio é o diálogo sincero entre as personagens de Woodley e Kidman, uma lição de sororidade, afeto e o poder da saúde mental em dia (ou quase).

Pelo que aponta, outros personagens ganharão mais espaço na trama: Ed, o marido bobinho de Madeline; Abigail, a filha rebelde que não quer ir para a faculdade; e o novo amor de Jane.

O roteiro de David E. Kelly mantém os flashbacks e adiciona pesadelos. O resultado é agilidade e tensão. Jean-Marc Vallé, diretor da primeira temporada, é substituído por Andrea Arnold, vencedora de um Oscar de curta-metragem em 2005.

O episódio termina com uma pergunta que ditará o ritmo da temporada: um jogo de gato e rato em busca da verdade, e um turbilhão de emoções para serem controladas.

Ao que parece, ela não terá o benefício da curiosidade causada pelo desconhecido que há na primeira. Não existe mais o efeito gostoso da dúvida sobre quem morreu e quem matou. Só a experiência de assistir às pessoas se descabelando enquanto lidam com seus fantasmas.

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