Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Ministro reage a protestos com delírio totalitário e perseguição

Sem resposta para educação, Weintraub insiste em guerra constante contra ideologia

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O ministro da Educação decidiu aplicar a lógica da intimidação para reagir aos protestos contra a política do governo para o setor. Abraham Weintraub pediu que a população denuncie quem incentivar manifestações e ameaçou demitir professores que anunciarem esses atos.

À espera do movimento que iria às ruas nesta quinta (30), o MEC disparou uma nota para dizer que “professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar”. Além de inócuo, o texto mostrou o delírio totalitário de governantes que gostariam de ter controle até sobre as famílias dos estudantes.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, em vídeo divulgado por ele nesta quinta-feira (30)
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, em vídeo divulgado por ele nesta quinta-feira (30) - Reprodução/Twitter/@AbrahamWeint

Weintraub tenta se desviar das agruras do cargo ao se vender como vítima de um complô partidário. O segundo protesto contra sua gestão tinha, de fato, a participação de organizações como a UNE e a CUT. Havia faixas contra Jair Bolsonaro, e políticos de esquerda estiveram em alguns dos atos, mas o ministro deveria saber que os choques políticos fazem parte da democracia.

O próprio Weintraub admite que seu objetivo é constranger os servidores. Ao receber o vídeo de um professor que, exaltado, dizia a alunos que eles deveriam defender a educação pública, o ministro sugeriu abrir um processo para exonerá-lo. Ele lamentou que o sistema fosse demorado, mas acrescentou que a ação assustaria “essa turma de ‘corajosos’ que usa crianças e menores de idade como bucha de canhão”.

O ministro ainda reclamou dos gritos do manifestante na gravação: “Inacreditável a forma de comunicação”. Weintraub já mostrou que prefere patetices como o vídeo em que segura um guarda-chuva para dizer que “está chovendo fake news”.

O governo insiste na visão de que os manifestantes são “idiotas úteis” e só saíram às ruas porque foram manipulados por professores. Weintraub, em especial, aposta numa guerra constante contra a doutrinação ideológica. Aparentemente, ele não tem nenhuma outra resposta a oferecer para melhorar a educação.

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