Meia-cancha

Tite priorizou versatilidade e experiência para adaptar a seleção ao seu usual esquema

Tite priorizou versatilidade e experiência para adaptar a seleção ao seu usual esquema

O grupo chamado por Tite é composto de seus homens de confiança e jogadores que podem atuar em diversas funções sem comprometer a disposição tática do escrete

LEONARDO MIRANDA
14/05/2018 - 18h02 - Atualizado 14/05/2018 18h02
Tite convoca os 23 jogadores que representarão a seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia (Foto: Getty Images)

Versatilidade. A palavra foi usada por Tite em vários momentos da entrevista coletiva, na tarde desta segunda-feira (14), em que apresentou e justificou a convocação dos 23 jogadores que representarão a seleção brasileira na Copa do Mundo.

O termo embasou a presença do atacante Taison, do Shakhtar Donetsk, a grande surpresa da lista. Explicou as convocações de Fred, Fernandinho e tantos outros nomes na relação de Tite. E deu o tom do que o técnico quer para o grupo que busca o hexa na Rússia.

A presença de jogadores capazes de atuar em mais de uma função não é novidade. Vem sendo uma constante com Tite. O treinador sempre deixou claro que a seleção jogará no 4-1-4-1 e busca jogadores capazes de dar dinâmica e diversidade dentro desse esquema.

O meio-campo é um exemplo: Casemiro e Fernandinho podem atuar na função mais defensiva, definida pelo “um” entre as duas linhas de quatro, com afinco. Fred, Renato Augusto e Paulinho, além de Fernandinho, podem ser os articuladores das jogadas à frente do volante mais marcador. Philippe Coutinho joga em todas.

Tite não convocou ninguém que não havia chamado anteriormente. Priorizou o trabalho e o rendimento nos treinamentos e jogos. Critérios claros. ÉPOCA reuniu dados estatísticos e mapas de calor, providos pelo Wyscout, parceiro na cobertura da Copa do Mundo de 2018, para avaliar e entender os 23 selecionados.

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Goleiros
Alisson é titular absoluto e Ederson o reserva imediato. Ambos jogam bem com os pés, atributo valorizado por Tite. A terceira vaga ficou com Cássio, goleiro do Corinthians. Os mapas de calor indicam: ele sai menos da área e é menos habilidoso com os pés, mas tem a confiança do técnico, com quem ganhou tudo no Corinthitans.

Os goleiros da seleção brasileira na Copa de 2018 (Foto: ÉPOCA)

Zagueiros
Miranda é titular absoluto e um dos capitães de Tite. Marquinhos vem sendo destaque no PSG e também joga de lateral direito e volante, como o técnico indicou na coletiva. Thiago Silva pode atuar dos dois lados. As três presenças eram dadas como certas, e a quarta vaga ficou com Pedro Geromel, destaque do Grêmio. As boas atuações na Libertadores o credenciaram à vaga.

Laterais
Marcelo é indiscutivelmente o melhor lateral esquerdo do mundo, e Filipe Luís se recuperou de lesão para assumir a vaga de suplente imediato. A dúvida repousava na lateral direita, com a ausência de Daniel Alves. Tite apostou na versatilidade de Danilo e na confiança em Fagner, taticamente o mais semelhante a Daniel Alves.

Os laterais da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018 (Foto: ÉPOCA)

Meias
O setor mais recheado da seleção teve poucas surpresas. E mais ausências. Casemiro, Fernandinho e Paulinho compõem o trio titular que une marcação, boa saída de bola e chegada potente ao ataque. No banco, Fred, jogador que encantou Tite pelo empenho e qualidade nos passes e na marcação. Renato Augusto, outro homem de confiança do treinador, também foi chamado. Juntos, formam um panteão de diversidade para tornar o time do Brasil completo: cadenciado ou acelerado, ofensivo ou defensivo.

Os meias da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018 (Foto: ÉPOCA)

Meias ofensivos
Willian é titular absoluto. Ele parte do lado direito para se associar com os jogadores próximos e ajudar na armação das jogadas da equipe. Philippe Coutinho é versátil e pode jogar centralizado ou partindo de ambos os lados. Juntos, dão opções de armação e finalização a Tite. Cumprem com o objetivo de dar versatilidade ao elenco.

Os meias ofensivos da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018 (Foto: ÉPOCA)

Atacantes
Neymar e Gabriel Jesus são indiscutíveis. Roberto Firmino faz excelente temporada no Liverpool, aliando as características de um centroavante típico e cabeceador com a de um jogador mais leve, que também sai da área para tabelar. Os três já estavam garantidos por Tite, e o desempenho de Douglas Costa nos amistosos confirmou: ele é a peça para “incendiar” o jogo por ser mais incisivo no ataque que os outros meias.

Os atacantes da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2018 (Foto: ÉPOCA)

A grande surpresa é Taison. Seu mapa de calor mostra um predomínio de ações pelo lado esquerdo, mas também buscando o centro. Tite o considera atacante. Sua convocação pode ser explicada pela grande temporada que faz no Shakhtar, atuando em diversas funções. Inclusive a de centroavante. Com ele, o técnico foi campeão da Copa Sulamericana de 2009, com o Internacional, e passou a admirar a velocidade do hoje convocado.

Taison, convocado para a Copa do Mundo de 2018 (Foto: ÉPOCA)







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