BRASÍLIA —A pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira apontou um aumento expressivo da desaprovação das políticas do governo para a educação . O índice subiu de 44% para 54% de abril para junho. A área era a segunda mais bem avaliada até então e caiu para a quinta posição.
A mudança ocorreu no período em que o governo anunciou um bloqueio de recursos reservados no Orçamento da União para a área. O ministro Abraham Weintraub (Educação) disse que o contingenciamento atingiria apenas algumas universidades, onde havia “balbúrdia” . A declaração insuflou milhares de pessoas a irem para as ruas em protesto, no dia 15 de maio, em mais de 200 cidades nos 26 estados do país e no Distrito Federal.
IBOPE : Avaliação negativa do governo Bolsonaro sobe cinco pontos
Nesses seis meses de governo, o Ministério da Educação já teve uma troca de comando: saiu Vélez Rodriguez e entrou Weintraub. A pasta também foi a que teve mais substituições no segundo escalão, com dez baixas. No Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão que organiza o Enem, dois presidentes já foram demitidos.
Principal bandeira da carreira política de Bolsonaro, a segurança pública aparece na pesquisa como a área mais bem avaliada, com 54% de aprovação e 43% de desaprovação. Na segunda posição está o Meio Ambiente, apesar das recorrentes controvérsias na área, com 46%. Na sequência aparece o combate à inflação, com 45% de aprovação.
Entre os quesitos incluídos no questionário, a avaliação sobre os impostos teve o pior percentual, com 61% de reprovação, seguido de perto por taxa de juros, com 59%. A saúde teve 56% de desaprovação, seguida de combate ao desemprego, com 55%.
A pesquisa perguntou ainda quais temas do noticiário são mais identificados com o governo Bolsonaro. Reforma da Previdência aparece em primeiro lugar, com 13%. A pesquisa não esclarece que tipo de notícias as pessoas leram sobre cada tema nem se a percepção específica delas foi positiva ou negativa. Em seguida aparecem os decretos de Bolsonaro que flexibilizam a posse e o porte de armas, com 10%, e a divulgação pelo site The Intercept Brasil de mensagens atribuídas ao ministro Sergio Moro (Justiça) e procuradores da força-tarefa da Lava-Jato, com 8%.