A contínua crise política venezuelana provocou uma escassez de quase tudo, de medicamentos a comida. Enquanto milhões de pessoas já deixaram o país, aqueles que lá permaneceram – e possuem condições de fazer isto – geralmente aproveitam-se da diáspora para importar produtos essenciais e de luxo, muitas vezes utilizando transportadoras comerciais como FedEx e Amazon Prime.
Cao Sanchez, um fotógrafo que mora na capital venezuelana, Caracas, examinou esse processo em uma série fotográfica que trata dos produtos do mercado clandestino que chegam à Venezuela. Ao buscar participantes para seu projeto, via redes sociais e indicações, Sanchez descobriu que normalmente são as mulheres que tomam a decisão final sobre o que comprar e como levar os produtos até o país.
E a prática não dá sinais de arrefecimento com a continuidade da crise – a produção interna de comida e medicamentos encontra-se drasticamente reduzida e o dinheiro em espécie é raro no país. A inflação chegou a 1,3 milhão por cento este ano, e a economia agora depende essencialmente de dólares e não mais da moeda local, bolívares. Os poucos produtos que raramente aparecem em Caracas são caros demais para o bolso da maioria das pessoas, por isso as pessoas fotografadas acham “melhor comprá-los nos EUA e enviá-los para a Venezuela em uma caixa”, disse Sanchez.
Este post foi traduzido do inglês.