Política

Transferências de presos no Pará são interrompidas após mortes em caminhão-cela

MP e Polícia Civil investigam como foi possível uma briga entre os detentos, sendo que todos estavam algemados; veículo tem capacidade para 20 presos e transportava 30
Caminhão-cela usado para transferência de presos no Centro de Recuperação de Altamira Foto: Divulgação
Caminhão-cela usado para transferência de presos no Centro de Recuperação de Altamira Foto: Divulgação

ALTAMIRA (PA) - O Ministério Público e a Policia Civil do Pará criaram nesta quarta-feira uma força-tarefa para investigar as circunstâncias das mortes de 4 detentos , ocorridas dentro de um caminhão-cela da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), no trajeto entre os municípios de Novo Repartimento e Marabá, no sudeste paraense. O caminhão seguia na noite de segunda-feira de Altamira para Belém e pernoitaria em Marabá, distante 600 KM da capital paraense. No início da manhã de hoje, as transferências dos presos foram interrompidas.

De acordo com os agentes da Susipe, os corpos foram encontrados quando o caminhão chegou em Marabá, sendo que nenhuma anormalidade foi percebida durante a viagem. Nota emitida pelo governo do Pará afirma que, no caminhão-cela, eram transportados 30 presos que participaram da chacina de 58 detentos, na manhã de segunda-feira , no Centro de Recuperação de Altamira. Os caminhões-cela têm capacidade para 20 presos

O delegado geral da Polícia Civil do Pará, Alberto Teixeira, chegou a Marabá para ouvir o depoimento dos 26 presos que estavam dentro do caminhão-cela no momento das mortes dos presos José Ítalo Meireles de Oliveira, de 22 anos, Denhison de Sousa Ferreira, 24 anos, Valdenildo Moreira Mendes, 30 anos e Werik de Sousa Lima. Os corpos estão sendo necropsiados no Instituto Médico Legal de Marabá. Os presos estão sendo ouvidos em depoimento na sede da Superintendência de Polícia Civil.

Em contato com a reportagem, uma fonte da Susipe confirmou que os presos estavam sendo transportados dentro do caminhão em um forte esquema de segurança, todos com algemas de três pontos, nas mãos, pernas e cintura. A polícia civil investiga como foi possível uma briga entre detentos, sendo que todos estavam algemados. Eles morreram supostamente por asfixia.

Segundo o secretário-geral da Ordem dos Advogados do Brasil do Pará (OAB-PA), a rebelião começou após um grupo de presos render agente penitenciário que encontrou facas e estoques durante revista.

A polícia também já iniciou a tomada de depoimento de todos os policias e agentes da SUSIPE envolvidos no transporte dos presos, de Altamira para Marabá.

como foi
Quatro detentos morreram dentro de um caminhão-cela que seguia de Altamira para Belém e pernoitou em Marabá, onde a transferência foi interrompida
pará
Macapá
destino
Ilha de
Marajó
Belém
N
São Luís
Santarém
saída
Altamira
percurso do
caminhão-cela
parada
Maranhão
pará
Marabá
Parauapebas
50km
N
30 presos
estavam no caminhão-cela
A capacidade é 20 presos
4
A polícia civil investiga como foi possível uma briga entre detentos, sendo que todos estavam algemados. Eles morreram supostamente por asfixia.
foram encontrados mortos
quando o caminhão chegou em Marabá
Sistema de
ventilação
CAMINHÃO-CELA
Forte esquema de segurança: todos com algemas de três pontos, nas mãos, pernas e cintura
Celas
Corredor
como foi
Quatro detentos morreram dentro de um caminhão-cela que seguia de Altamira para Belém e pernoitou em Marabá, onde a transferência foi interrompida
pará
N
Macapá
destino
Ilha de
Marajó
Belém
saída
Altamira
percurso do
caminhão-cela
parada
pará
Marabá
Parauapebas
50km
N
30 presos
estavam no caminhão-cela
A capacidade é 20 presos
4
foram encontrados mortos
quando o caminhão chegou em Marabá
A polícia civil investiga como foi possível uma briga entre detentos, sendo que todos estavam algemados. Eles morreram supostamente por asfixia.
CAMINHÃO-CELA
Sistema de ventilação
Celas
Corredor
Forte esquema de segurança: todos com algemas de três pontos, nas mãos, pernas e cintura

Caminhões-Cela

Caminhão-cela usado para transferência de presos no Centro de Recuperação de Altamira Foto: Divulgação
Caminhão-cela usado para transferência de presos no Centro de Recuperação de Altamira Foto: Divulgação

Os caminhões-cela são muito utilizados pela Secretaria de Segurança Pública do Pará no transporte de presos em longas distâncias. Eles passaram a ser utilizados em 2017, quando o governo estadual renovou a frota e adquiriu seis modelos, quatro caminhões tipo furgão e 30 caminhonetes. Os veículos foram adquiridos por meio de parceria entre a Susipe e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Segurança, e da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).

Segundo a Susipe, os caminhões-cela atendem a demanda semanal de transferência de presos com maior segurança e agilidade. Ainda em 2017, dois destes caminhões foram destinados às sessões de transporte, nos municípios de Santarém e Marabá, auxiliando também na locomoção dos presos custodiados nas unidades do interior do Estado.

como ocorreu
o massacre
Centro
pará
Altamira
Rio
Xingu
Detentos fizeram uma rebelião por cerca de cinco horas. Dois agentes penitenciários, que chegaram a ficar reféns, foram liberados
N
Aeroporto
Interestadual
de Altamira
1km
N
Centro de Recuperação Regional de Altamira
torres de
vigilância
Muros
entrada
O incêndio foi controlado, mas a fumaça se alastrou pelo complexo prisonal
1
Após as celas serem destrancadas para o café da manhã, internos do bloco A, onde ficam presos de uma facção criminosa, invadiram o anexo de outro grupo rival.
2
Posteriormente, a sala foi trancada e os presos atearam fogo no local. Alguns detentos morreram por asfixia e 16 foram decapitados
Relembre os maiores massacres
Carandiru
C.R. Regional
Complexo Pen.
Presídios
Pen. Agrícola
(SP)
de Altamira (PA)
Anísio Jobim
do Amazonas
do Monte
(AM)
Cristo (RR)
111
58
56
55
33
OUTUBRO
JULHO
JANEIRO
MAIO
JANEIRO
1992
2019
2017
2019
2017
Benfica
Urso Branco
Alcaçuz
Pedrinhas
(RJ)
(RO)
(RN)
(MA)
31
27
26
18
MAIO
JANEIRO
JANEIRO
NOVEMBRO
2004
2002
2017
2010
como ocorreu
o massacre
Detentos fizeram uma rebelião por cerca de cinco horas. Dois agentes penitenciários, que chegaram a ficar reféns, foram liberados
Centro
pará
Altamira
Rio
Xingu
N
Aeroporto
Interestadual
de Altamira
1km
N
Centro de Recuperação Regional de Altamira
torres de
vigilância
Muros
entrada
O incêndio foi controlado, mas a fumaça se alastrou pelo complexo prisonal
1
Após as celas serem destrancadas para o café da manhã, internos do bloco A, onde ficam presos de uma facção criminosa, invadiram o anexo de outro grupo rival.
2
Posteriormente, a sala foi trancada e os presos atearam fogo no local. Alguns detentos morreram por asfixia e 16 foram decapitados
Relembre os
maiores massacres
Carandiru
C.R. Regional
Complexo Pen.
(SP)
de Altamira (PA)
Anísio Jobim
(AM)
111
58
56
OUTUBRO
JULHO
JANEIRO
1992
2019
2017
Presídios
Pen. Agrícola
Benfica
do Amazonas
do Monte
(RJ)
Cristo (RR)
55
33
31
MAIO
JANEIRO
MAIO
2019
2017
2004
Urso Branco
Alcaçuz
Pedrinhas
(RO)
(RN)
(MA)
27
26
18
JANEIRO
JANEIRO
NOVEMBRO
2002
2017
2010