Por France Presse


Furacão Dorian volta a ganhar força e ameaça estados americanos

Furacão Dorian volta a ganhar força e ameaça estados americanos

O furacão Dorian foi reclassificado, nesta quinta-feira (5), como de categoria 2, de um máximo de 5, antes de atingir a costa dos Estados Unidos.

Os ventos do furacão atingem 177 km/h, segundo a última atualização do Centro Nacional de Furacões, em Miami, o que coloca o Dorian no limite desse nível de intensidade (veja mais ao final da matéria).

No final da noite de quarta (4), com ventos de 185 km/h, Dorian tinha voltado à categoria 3 da escala Saffir-Simpson (1 a 5), enquanto se aproxima da costa sudeste dos EUA, segundo o último boletim do Centro Nacional de Furacões (NHC).

Às 3h GMT (meia-noite em Brasília), o furacão estava 170 km ao sul de Charleston, na Carolina do Sul, seguindo para o norte a 11 km/h.

Chuva e ventos fortes atingem Charleston, na Carolina do Sul, no início da manhã desta quinta-feira (5) — Foto: Meg Kinnard / AP Photo

Bahamas

Destruição provocada pelo furacão Dorian na ilha de Abaco, nas Bahamas — Foto: Al Diaz/Miami Herald via AP

Nas Bahamas, o número de mortos passou de 7 para 20, e ainda poderá aumentar, anunciou o ministro da Saúdo do arquipélago, Duane Sands, advertindo que "os trabalhos de resgate e verificação nas casas inundadas apenas começou".

A população local utilizava jet-skis e botes para retirar as pessoas presas em suas casas inundadas e destruídas pelas intensas chuvas e ventos de um dos ciclones mais potentes de que se tem registro.

A Guarda Costeira americana e a Marinha Real britânica se somaram às equipes de resgate com helicópteros, conduzindo evacuações médicas e avaliações aéreas para ajudar a coordenar os esforços de alívio, assim como voos de reconhecimento para avaliar os danos.

7 fatos: furacão Dorian deixa rastro de destruição nas Bahamas e segue para os EUA

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A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e da Meia-Lua Vermelha (IFRC) disse estar preparando "um grande esforço de emergência" para aliviar a situação de cerca de 76.000 pessoas afetadas pelo ciclone em Grand Bahama e nas ilhas Ábaco.

Ao menos "70 mil pessoas necessitam de ajuda imediata" nas Bahamas, informou o secretário-geral adjunto para Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock.

A ONU desbloqueou US$ 1 milhão, disse Lowcock à imprensa através de um contato telefônico a partir de Nassau, no qual cita a necessidade de alimentos, água, barracas e medicamentos.

O primeiro-ministro Hubert Minnis qualificou a situação como "uma das maiores crises da história" do país.

"Há inundações graves, danos graves nas casas, comércios, outras edificações e infraestrutura", acrescentou.

Reprodução de imagem da TV da Nasa mostra furação Dorian no dia 4 de setembro de 2019 — Foto: Nasa TV/AFP

"Não nos restou nada"

Imagens aéreas mostram cenas de danos catastróficos, com centenas de casas sem teto, carros virados, enormes inundações e escombros por todos os lados.

No aeroporto de Nassau, as ambulâncias aguardavam a chegada de feridos para levá-los aos hospitais, enquanto as pessoas esperavam para obter notícias de familiares e amigos.

Entre a multidão, havia três estudantes cujas famílias vivem em Ábaco. "Tudo o que temos - que tínhamos - está nessa ilha", disse Meghan Bootle, de 21 anos. "Não nos restou nada".

Sua irmã Raevyn, de 18 anos, indicou que muitos residentes feridos estavam esperando sair de Ábaco. "Esperamos que o governo habilite a aterrissagem de aviões, que envie barcos e ajude as pessoas a saírem da ilha".

Martysta Turnquest, de 25 anos, prima das irmãs Bootle, afirmou que é de uma parte de Ábaco da qual não se tem notícias desde domingo (1º), quando Dorian tocou terra na ilha como furacão de categoria 5, com ventos de pouco menos de 300 km/h. "Ainda há um monte de gente de outros assentamentos das quais não se sabe nada", disse Turnquest.

Stephen McAndrew, diretor regional adjunto para as Américas da IFRC, afirmou que "a velocidade é essencial" para as operações de resgate. "Agora que Dorian está de afastando das Bahamas, há uma janela de oportunidade para salvar vidas e começar a aliviar o sofrimento destas comunidades", acrescentou em um comunicado.

Sobe para 20 número de mortos na passagem do furacão Dorian pelas Bahamas

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O presidente americano, Donald Trump, afirmou que o arquipélago havia solicitado ajuda de seu país. "Uma grande parte das Bahamas foi atingida de uma forma que pouca gente havia visto antes", declarou Trump. "Precisam de muita ajuda".

Companhias de cruzeiros, como Royal Caribbean e Disney Cruise Line, prometeram milhões de dólares em fundos para ajudar as operações de emergência nas Bahamas, um de seus destinos mais visitados.

"Ameaça aos EUA"

Dorian, que chegou a atingir a categoria 5, a mais elevada da Saffir-Simpson, caiu para o nível 2, antes de voltar à categoria 3 a partir, quando estava 170 km ao sul de Charleston, na Carolina do Norte.

"É um furacão muito imprevisível, muito lento e muito forte. Mas estamos muito bem preparados", disse Trump.

Em Folly Beach, Carolina do Sul, George Hubbard, de 41 anos, diz acreditar que os ventos "não serão muito fortes" e que está "mais preocupado com as inundações".

Trump pediu prudência. "Pode ser que os Estados Unidos tenham um pouco de sorte a respeito do furacão Dorian, mas, por favor, não baixem a guarda".

As autoridades declararam estado de emergência em grande parte da costa leste do país.

O Pentágono informou que 5.000 membros da Guarda Nacional e 2.700 militares estão prontos para atuar em caso de necessidade.

Furacão Dorian segue em direção à costa dos EUA — Foto: Rodrigo Sanches/ G1

Entenda as categorias dos furacões

Meteorologistas usam uma escala para determinar a intensidade dos ventos de furacões (escala de Saffir Simpson), levando em conta também o dano material estimado. Veja abaixo:

  • Categoria 1: ventos de velocidade entre 119 e 153 km/h;
  • Categoria 2: ventos de velocidade entre 154 e 177 km/h;
  • Categoria 3: ventos de velocidade entre 178 e 208 km/h (a partir daqui, já é classificado como furacão "poderoso");
  • Categoria 4: ventos de velocidade entre 209 e 251 km/h (categoria do furacão Maria, que atingiu Porto Rico em 2017 e deixou mais de 4,6 mil mortos).
  • Categoria 5: ventos de velocidade a partir de 252 km/h.

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