Por Rosanne D'Agostino, G1 — Brasília


A procuradora-geral da República, Raquel Dodge — Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta segunda-feira (26) que há "suspeita de ação orquestrada" em queimadas na Amazônia.

Raquel Dodge deu a declaração após ter se reunido com integrantes da Força-Tarefa Amazônia, criada pela Procuradoria para discutir o tema.

"Há suspeita de ação orquestrada, há suspeita de uma atuação que foi longamente cultivada para chegar a esse resultado", afirmou.

"O que nós percebemos é que há sinais disso, há elementos que justificam a abertura de inquéritos para investigar e punir os infratores", acrescentou.

As queimadas têm repercutido internacionalmente, e o presidente Jair Bolsonaro autorizou o envio de tropas das Forças Armadas a estados da região.

Pedido de inquérito

Segundo Raquel Dodge, ficou decidido na reunião da força-tarefa que o grupo pedirá a abertura de um inquérito para investigar as queimadas.

"Como resultado da reunião de hoje, estou requisitando abertura de inquérito para promover a persecução penal daqueles que incentivaram que queimadas fossem adotadas em terras federais", afirmou Dodge.

Neste fim de semana, a Polícia Federal informou que investigará se houve uma convocação para queimadas no Pará.

Segundo o Ministério Público do estado, um jornal de Novo Progresso (PA) publicou um anúncio para o "dia do fogo".

Mais cedo, nesta segunda-feira, a PF também informou que vai apurar se houve ação criminosa nas queimadas na Amazônia.

'Coalizão'

Segundo Raquel Dodge, os ministérios públicos dos estados e da União decidiram formar uma "coalizão".

"Esta é a primeira das medidas de persecução penal que os ministérios públicos dos estados brasileiros e o Ministério Público Federal, por intermédio de promotores de Justiça e procuradores da República tomarão ao longo das próximas semanas", completou.

"O que nós queremos é sincronizar a atuação do Ministério Público brasileiro para que as queimadas e os incêndios cessem e para que os infratores, aqueles que estão cometendo esses gravíssimos crimes de pôr fogo na floresta sejam identificados e punidos", afirmou Dodge.

A procuradora-geral de Justiça do Amazonas, Leda Albuquerque, afirmou que uma das frentes discutidas foi a investigação para identificar pessoas ligadas ao "dia do fogo" em Altamira, no Pará. "Nós temos o local em que isso se deu. Será possível essa busca dessa identificação", afirmou.

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