Economia

Após acordo com caminhoneiros, Senado adia votação do PIS/Cofins

Projeto, já aprovado na Câmara, será debatido com mais calma, segundo Eunício
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), durante entrevista Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), durante entrevista Foto: Jonas Pereira/Agência Senado

BRASÍLIA — Após o governo chegar a um acordo com os caminhoneiros , que levará a uma trégua de 15 dias , o presidente do Senado , Eunício Oliveira (MDB-CE), anunciou que foi adiada a votação do projeto que o zera o PIS/Cofins para óleo diesel, aprovado na quarta-feira na Câmara dos Deputados. A previsão anterior era que a proposta fosse analisada na sexta-feira . Agora, segundo Eunício, ela será melhor debatida.

— A sessão prevista para amanhã (sexta-feira) perdeu o objeto. Vamos discutir melhor o projeto do PIS/Cofins. Meu único compromisso foi pautar o PLC 121 que trata do preço do frete, desde que o líder do governo, Romero Jucá, apresente um requerimento de urgência — disse Eunício Oliveira, após a reunião no Palácio do Planalto.

O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 121 cria a política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas, para promover condições razoáveis aos fretes em todo o território nacional, mediante tabela elaborada semestralmente pelo órgão competente com valores por quilômetro rodado por eixo carregado e conforme a carga.

— Será aberta uma discussão envolvendo Fazenda, Planejamento, Câmara e Senado e caminhoneiros no caso do PIS Cofins — informou a senadora Ana Amélia, que participa da reunião como líder do PP.

Ao retornar ao Senado, na noite desta quinta-feira, para comandar a reunião de líderes que discutiu saídas para a greve dos caminhoneiros, Eunício reclamou dos que fazem “bravata” e buscam “protagonismo” em meio à crise . Eunício disse que foi surpreendido com a votação na Câmara dos Deputados, na noite de quarta, que zerou o PIS/Cofins sobre o diesel.

O senador relatou que se reuniu com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, na tarde de quarta, mas ressaltou que o entendimento era de zerar apenas a Contribuição sobre o Domínio Econômico (Cide). Na sua fala, Eunício não fez referência direta a Maia, que conduziu a votação.

— É preciso ter responsabilidade fiscal, buscar saídas de forma equilibrada, sem protagonismo. Fui surpreendido — reclamou.

Eunício foi para o Ceará, na manhã desta quinta, mas cancelou a viagem e retornou para Brasília .