Por G1


O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira (18) que decidiu cortar as taxas de juros no país em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 1,75% e 2%.

Taxas de juros nos EUA
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Fonte: Fed

No comunicado desta quarta, o Fed cita entre as justificativas para a decisão as perspectivas para o desenvolvimento da economia global e a fraqueza de pressões inflacionárias, embora tenha apontado que a economia norte-americana siga crescendo em um ritmo "moderado" e o mercado de trabalho "permaneça forte".

A redução confirma a expectativa do mercado, e se alinha ao movimento de estímulos dos bancos centrais de diversos países em meio aos receios sobre o crescimento da economia global. A decisão acontece em meio a preocupações sobre os impactos da guerra comercial entre Estados Unidos e China sobre outros países, por exemplo.

REUTERS/Kevin Lamarque/ — Foto: Sede do Federal Reserve em Washington, D.C, em imagem de arquivo

Foi o segundo corte dos juros norte-americanos neste ano. Em julho, o Fed já havia reduzido a taxa em 0,25 ponto percentual, no primeiro corte desde 2008.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem se manifestado em defesa da necessidade de cortes na taxa de juros no país. Após a decisão desta quarta, ele criticou o Fed e seu presidente, Jerome Powell, no Twitter. "Jay Powell e o Federal Reserve fracassaram de novo. Sem coragem, sem bom senso, sem visão! Um comunicador terrível", escreveu o presidente, que queria um corte maior.

Próximos passos

A decisão do Fed impacta os mercados no mundo todo. No Brasil, influenciou os negócios na bolsa de São Paulo, a B3, e o mercado de câmbio. Agora, investidores aguardam sinais sobre os próximos passos, e por isso repercutem a divisão entre os membros do comitê. Na reunião desta quarta, um membro queria um corte ainda mais acentuado, enquanto outros dois se opunham a qualquer redução.

Em coletiva de imprensa após a divulgação do comunicado, Jerome Powell disse que não há um "curso predefinido" da taxa de juros norte-americana. "Se a economia desacelerar, uma sequência mais extensa de cortes nas taxas poderá ser apropriada", afirmou. "Vamos ser altamente dependentes de dados... Não estamos em um curso predefinido."

Powell disse que a perspectiva econômica dos EUA é "favorável", mas que o Fed decidiu cortar os juros "para fornecer seguro contra riscos contínuos", incluindo fraco crescimento global e a persistência de tensões comerciais.

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Intervenção no mercado

O anúncio de redução de juros ocorre horas depois de o Fed de Nova York intervir pelo segundo dia consecutivo no mercado para evitar um forte aumento nos empréstimos de curto prazo para bancos e empresas.

O Fed injetou US$ 75 bilhões ao recomprar ativos de um dia contra pedidos de pouco mais de US$ 80 bilhões.

Na terça-feira, o Fed nova-iorquino gastou US$ 53 bilhões para aumentar a liquidez do mercado monetário. É a primeira vez desde a crise financeira de 2008 que o Fed de Nova York intervém nos mercados.

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