Economia

Investidores com mais de US$ 16 trilhões sob gestão pedem ações contra queimadas na Amazônia

Grupo reúne 230 instituições e inclui fundos de pensão, bancos e fundos de investimento
Um incêndio de dois quilômetros de extensão na Amazônia, no estado de Rondônia. Foto: CARL DE SOUZA / AFP
Um incêndio de dois quilômetros de extensão na Amazônia, no estado de Rondônia. Foto: CARL DE SOUZA / AFP

OSLO- Mais de 200 investidores institucionais, que têm juntos US$ 16 trilhões em ativos sob gestão, incluindo a Amundi, maior gestora de recursos da Europa, pediram às empresas que implementem políticas contra o desmatamento em suas cadeias de fornecimento.

No comunicado , o grupo de 230 instituições - que reúne bancos como o BNP Paribas e grandes fundos de pensão, como o sistema de aposentadoria dos funcionários públicos da Califórnia - afirma que acompanhou com grande preocupação a "escalada da crise de desmatamento e queimadas no Brasil e na Bolívia".

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E que, como investidores, visando os interesses de longo prazo de seus clientes, consideram crucial o papel desempenhado pelas florestas tropicais em evitar os efeitos das mudanças no clima e  proteger a biodiversidade do planeta.

A iniciativa, coordenada pelas organizações sem fins lucrativos PRI e Ceres, faz parte da crescente pressão internacional sobre o Brasil para lidar com o aumento dos incêndios na Floresta Amazônica.

“O desmatamento e a perda de biodiversidade não são apenas problemas ambientais”, disse, no comunicado, Jan Erik Saugestad, presidente da Storebrand Asset Management e um dos investidores. “Existem efeitos econômicos negativos significativos associados a essas questões e que representam um risco que nós, como investidores, não podemos ignorar.”

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Os investidores pedem às empresas nas quais eles investem que apresentem uma política contra o desmatamento com compromissos claros que abranjam toda a sua cadeia de fornecimento.

Também pedem que as companhias estabeleçam um sistema de monitoramento para que os fornecedores cumpram essa política. Outra exigência é a divulgação de relatórios anuais sobre a exposição ao risco de desmatamento.