Cultura Música

Supergrupo de K-Pop SuperM chega ao primeiro lugar da Billboard com um produto inusitado: CDs

Banda é o caso mais recente de estratégias criativas para vender os velhos discos de plástico
Ten, Baekhyun, Lucas, Taemin, Taeyeong, Kai e Mark, do grupo de k-pop SuperM, num evento na Capitol Records, em Hollywood, em outubro de 2019 Foto: VALERIE MACON / AFP
Ten, Baekhyun, Lucas, Taemin, Taeyeong, Kai e Mark, do grupo de k-pop SuperM, num evento na Capitol Records, em Hollywood, em outubro de 2019 Foto: VALERIE MACON / AFP

NOVA YORK — Num passado nem tão distante, os apaixonados por música compravam milhões de CDs todos os anos, mantendo viva uma indústria luxuosa e em larga medida baseada nas paradas de sucesso. Mas hoje, com o streaming dominando o mercado, e pagando apenas uma fração dos royalties que os álbuns físicos entregavam,  os artistas e suas gravadoras precisam criar variados truques para vender esses discos plásticos brilhantes — e subir algumas posições na parada semanal da Billboard.

Agora, um supergrupo de K-pop realmente chegou ao limite: SuperM — uma boy band de sete membros cuja existência foi anunciada há apenas dois meses — liderou a mais recente parada de álbuns da Billboard com seu primeiro EP, de sete faixas. O SuperM é uma espécie de superbanda de K-pop, reunindo astros de outros grupos. São eles: Baekhyun e Ka, do EXO; Taemin, do Shinee; Taeyong e Mark, do NCT 127; e Ten e Lucas, do WayV.

O disco do SuperM, “The 1st mini album ‘SuperM’”, estreou no 1º lugar com 164 mil álbuns vendidos e modestos 4,9 milhões de streamings, de acordo com a Nielsen. Desses álbuns vendidos, 113 mil eram CDs físicos e 51 mil, downloads digitais.

Mas qual foi o truque? A versão em CD vem em oito embalagens, uma para cada membro do grupo (mais uma versão “united”), incluindo pôsteres e cartões colecionáveis. Os fãs do grupo foram às redes sociais para exibir as várias versões que compraram.

O "1º Mini-álbum” também estava disponível como parte de mais de 60 pacotes incluindo vendas de ingressos para shows e camisetas ativadas com realidade aumentada — quando o fã aponta um smartphone para a camiseta usando um aplicativo especial, o membro da SuperM retratado nela se torna uma animação.

Nos últimos meses, a Billboard foi vitrine de algumas estratégias engenhosas. Taylor Swift ofereceu quatro versões de luxo de seu álbum "Lover" nas lojas Target. Já a banda de metal Tool chegou ao número 1 com 88 mil CDs vendidos na semana de lançamento, graças a um pacote dobrável de US$ 45 que incluía uma tela de vídeo HD de 4 polegadas.

Táticas como essas vem se tornando cada vez mais comuns, mas também deixam o setor preocupado com as distorções nas paradas de sucesso. Um exemplo: o segundo álbum mais vendido da semana nos EUA, "Over It", da cantora Summer Walker, foi um sucesso de streaming, mas vendeu poucos álbuns. "Over It" foi ouvido 155 milhões de vezes, mas vendeu apenas 14 mil cópias como um álbum completo.

“Hollywood’s Bleeding”, de Post Malone, caiu um lugar para o número 3, enquanto "Kirk", do rapper DaBaby - o mais ouvido da semana passada - caiu para o número 4. "Lover", de Taylor Swift, ocupa o 5º lugar, sete semanas após o lançamento.