TST atende pedido da AGU e declara greve de petroleiros inconstitucional

Multa diária de R$ 500 mil

Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 24.mai.2018

O TST (Tribunal Superior do Trabalho) acatou na noite desta 3ª feira (29.mai.2018) pedido de ilegalidade da greve dos petroleiros feito pela AGU (Advocacia-Geral da União). Eis a íntegra da decisão.

A decisão é da ministra relatora, Maria de Assis Calsing. “A greve anunciada revela uma categoria forte e combatente, mas, no momento, despojada de toda e qualquer sensibilidade”, afirma no despacho.

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A greve estava marcada para começar à zero hora desta 4ª feira (30.mai). O TST estipulou multa diária de R$ 500 mil em caso de descumprimento.

Segundo a AGU, o objetivo é evitar que a categoria prejudique ainda mais a sociedade. Desde a semana passada a paralisação de caminhoneiros causa desabastecimento de combustíveis, alimentos e outros insumos por todo o país.

A ação protocolada pela AGU, em conjunto com a Petrobras, alerta para os prejuízos à estatal, que chegariam a R$ 349 milhões por dia. Seriam cerca de R$ 300 milhões pela interrupção da produção e R$ 9 milhões com o acionamento de equipes de contingência. Além do risco de acidentes caso os manifestantes ocupem as unidades produtivas.

Greve política

Entre os argumentos apresentados, a AGU e a Petrobras ressaltam que as reivindicações dos sindicatos de petroleiros não são trabalhistas, e sim políticas. Os trabalhadores pedem a demissão do presidente da empresa, Pedro Parente, por exemplo.

“Nessa linha é inadmissível admitir que a atuação oportunista de determinado grupo enseja a ausência de serviços públicos essenciais, em prejuízo de toda a sociedade”, diz a ação.

Também é pontuado que as entidades sindicais sequer cumpriram os requisitos da Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o direito de greve, para deflagração de uma paralisação, entre eles: abertura de negociação coletiva com a Petrobras; envio para a Petrobras de comunicação prévia sobre a greve, bem como de atas de assembleias em que a paralisação foi definida; ausência de proposta de manutenção de serviços essenciais.

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