Por Bruno Araujo, G1


Loja online da Tok&Stok avisa que além de atrasos, greve de caminhoneiros pode prejudicar disponibilidade de produtos em pontos físicos — Foto: Reprodução

Lojas de comércio eletrônico estão colocando avisos em suas páginas para alertar à ampliação do prazo de entrega de algumas compras devido à greve de caminhoneiros, que já chega ao 8º dia.

De acordo com Mauricio Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o atraso na entrega de produtos comprados pela internet pode chegar a até 7 dias nas capitais do país. Em outras regiões, o atraso pode ser de até 11 dias.

Segundo Salvador, há uma estimativa de 1,5 milhão de encomendas em centros de distribuição esperando para serem coletadas e embarcadas. O número representa cerca de 33% dos pacotes previstos para o período.

Submarino avisa consumidores que prazo de entrega está ampliado devido à greve dos caminhoneiros — Foto: Reprodução

"A recomendação é que o consumidor seja informado dos impactos da paralisação nos prazos de entrega. Que as lojas administrem essa ansiedade", diz Salvador ao G1.

"Muitas lojas não estão informando. Ou não estão fazendo isso de maneira clara. Por outro lado, pode ser que isso já esteja sendo absorvido pela própria ferramenta. Quando você coloca o seu CEP para o cálculo, as lojas já retornam o prazo com uma margem que considera a paralisação", completa.

Por conta da greve de caminhoneiros, os Correios suspenderam temporariamente as postagens Sedex com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Já as postagens do Sedex tradicional e do serviço PAC continuam funcionando normalmente, segundo a companhia.

A empresa Ebit, que trabalha com dados de compradores online, diz que as vendas diárias do comércio eletrônico no país foram, em média, 20% menor do que o esperado. O que resultaria em perdas acima de R$ 300 milhões em vendas em maio por conta da paralisação.

Ajuda para as entregas

Comércio eletrônico da Adidas também alerta para possíveis atrasos em entregas de compras feitas pela internet — Foto: Reprodução

Em nota, o Conselho de Comércio Eletrônico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) solicitou medidas para auxiliar transportadores e varejistas online a retomarem o atendimento normal aos consumidores:

  • Isenção de rodízio para os transportes de cargas e entregas expressas e circulação em marginais até a normalização dos sistemas logísticos do Brasil
  • Reforço na segurança pública como exemplo de proposta ou pedido conjunto para liberação de volumes represados
  • Garantia de segurança de motoristas e cargas, bem como o reforço no processo de auditoria e agilidade na liberação de carga nos postos fiscais estaduais

Esclarecimentos aos clientes

Em comunicado, a loja de material de construção C&C disse que "prima pela transparência e satisfação dos seus clientes, e diante à greve nacional dos caminhoneiros fez questão de se comunicar via SMS e e-mail para informar eventuais atrasos das transportadoras responsáveis pelas entregas das compras online."

A empresa disse ainda que sua central de atendimento está preparada para "tirar qualquer tipo de dúvida a respeito e trabalha para minimizar o máximo possível o impacto aos consumidores".

A assessoria de imprensa da Estante Virtual, plataforma online que conecta vendedores e compradores de livros, afirmou que há um aumento por livreiros na mesma cidade desde o início da greve. A compra de livros na própria região é uma das estratégias adotadas pela empresa "como uma boa alternativa para evitar atrasos nas entregas".

Em nota, o Mercado Livre informou que "o desabastecimento de combustíveis, gerado pela greve dos caminhoneiros, já impacta os transportadores que realizam as entregas de produtos vendidos na plataforma". Segundo o texto, os clientes estão sendo avisados sobre a ampliação dos prazos de entrega.

Por outro lado, o empresário Eric Alamino, um dos diretores da Inovath Express, constatou um aumento na contratação dos serviços da empresa de frete. Segundo ele, por receio de ficar sem combustível, algumas pessoas já entraram em contato nesta semana para pedir o transporte de alguns itens por motofrete.

Em uma das situações, um vestido de noiva foi levado de São Paulo para São José dos Campos por um motoqueiro. A empresa teme, porém, que a falta de combustível afete as suas entregas.

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