BRASÍLIA — O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Sergio Etchegoyen , afirmou nesta quinta-feira que a população que apoiou a paralisação dos caminhoneiros tem "cota de responsabilidade" no financiamento das soluções da crise. A redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel custará R$ 13,5 bilhões aos contribuintes. Para bancar a queda no preço, a equipe econômica realizou cortes em programas de todas as áreas, incluindo Saúde e Educação .
— Obviamente quem apoiava a greve e apoiava as soluções teria a sua cota de responsabilidade com participação no financiamento disso. No final somos nós contribuintes, e isso inclui os caminhoneiros — disse o ministro, em entrevista no Palácio do Planalto. — Tivemos um apoio de 90%, em determinado momento, da população à manifestação.
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Sergio Etchegoyen disse ser inevitável os reflexos para os contribuintes.
— É inevitável o reflexo do ponto de vista do consumidor, do contribuinte. Isso é inevitável. O governo não foi além do que era sua responsabilidade — acrescentou.
O ministro disse esperar um retorno positivo para a população “os benefícios que os caminhoneiros ganham nesse movimento” com recálculo do custo dos fretes. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional afirmou também que o governo não foi “além do necessário” durante as negociações com os caminhoneiros:
— O governo acha que deu na medida do necessário, não foi além do que a responsabilidade do que o restante da população exigia. O governo não produz dinheiro, ele arrecada recursos pelos meios que tem para arrecadar.
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Segundo o ministro, o governo prepara um documento no qual vai reunir os “aprendizados” que adquiriu durante a manifestação dos caminhoneiros. Ele citou como exemplo um novo modelo de sindicalismo, com lideranças indefinidas e que se organiza em pequenos grupos, via redes sociais.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que às 12h12 desta quinta-feira não havia nenhum ponto de aglomeração de pessoas e veículos em áreas próximas às rodovias federais . O fluxo de veículos era normal. A avaliação do governo para o 11º de manifestações dos caminhoneiros é que a situação do país está “voltando à normalidade”, mas que o abastecimento não está totalmente restabelecido.