Política

Toffoli revoga decisão que dava acesso a dados sigilosos do antigo Coaf

Presidente do STF ressaltou que não acessou as informações referentes a 600 mil pessoas físicas e jurídicas
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli Foto: Jorge William / Agência O Globo/7-2-17
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli Foto: Jorge William / Agência O Globo/7-2-17

BRASÍLIA – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, decidiu nesta segunda-feira revogar a decisão dele mesmo que pedia à Unidade de Inteligência Financeira (UIF), o antigo Coaf a apresentação dos relatórios de inteligência financeira dos últimos três anos referentes a 600 mil pessoas físicas e jurídicas.

Toffoli já tinha recebido da UIF uma senha para acessar esses relatórios. Na nova decisão, ele reitera que não fez o cadastro no sistema – e, portanto, não acessou os dados sigilosos. "Ressalto que esta Corte não realizou o cadastro necessário e jamais acessou os relatórios de inteligência", escreveu.

Leia mais: 'Estamos tentando buscar uma solução que atenda a todos', diz presidente do BC sobre julgamento de compartilhamento de dados sigilosos do Coaf,  no STF na quarta-feira

Investigações paradas
Ministério Público Federal (MPF) divulgou relatório sobre
os casos paralisados por decisão de Toffoli sobre o Coaf
Dias Toffoli
Principais estados
PRESIDENTE DO SUPREMO
com casos parados:
TRIBUNAL FEDERAL (STF)
75
MG
935
99
É o total de
ES
investigações
paralisadas com
SP
RJ
83
PR
a decisão de
Toffoli
INVESTIGAÇÕES
75
PARALISADAS
233
193
97
446
54
Investigações
paralisadas,
Crimes contra a
Lavagem de
Crimes contra o
Sonegação de
ordem tributária
dinheiro
sistema financeiro
contribuição previ
-
por tipo
nacional
denciária
de crime:
OUTROS
30
28
26
Improbidade
Falsidade
Contrabando ou
Administrativa
ideológica
descaminho
Total: 972
362
400
Número de
339
*Os relatórios não
são encomendados
271
Relatórios de
300
pelo MPF, mas
encaminhados pela
Inteligência
200
Unidade de Inteligência
Financeira
Financeira (UIF, o
100
antigo Coaf) quando
(RIF) envia
-
movimentações atípicas
dos ao MPF*
0
são identificadas
2017
2018
2019
Fonte: Ministério Público Federal (MPF)
Investigações paradas
Ministério Público Federal (MPF) divul
-
gou relatório sobre os casos paralisados
por decisão de Toffoli sobre o Coaf
Dias Toffoli
PRESIDENTE DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL (STF)
935
É o total de
investigações
paralisadas com
a decisão de
Toffoli
Principais estados
com casos parados:
75
83
MG
INVESTIGAÇÕES
PARALISADAS
99
ES
SP
RJ
PR
75
233
Investigações
paralisadas,
por tipo
de crime:
446
Crimes contra a
ordem tributária
193
Lavagem de
dinheiro
30
Improbidade
Administrativa
97
Crimes contra o
sistema financeiro
28
nacional
Falsidade
ideológica
54
26
Sonegação de
Contrabando ou
contribuição previ
-
descaminho
denciária
OUTROS
Número de Relatórios de
Inteligência Financeira (RIF)
enviados ao MPF*
Total: 972
362
339
271
2017
2018
2019
*Os relatórios não são encomendados pelo MPF,
mas encaminhados pela Unidade de Inteligência
Financeira (UIF, o antigo Coaf) quando
movimentações atípicas são identificadas
Fonte: Ministério Público Federal (MPF)

O ministro também afirma que as informações prestadas pela UIF foram satisfatórias. "Diante das informações satisfatoriamente prestadas pela UIF, em atendimento ao pedido dessa Corte, em 15/11/19, torno sem efeito a decisão na parte em que foram solicitadas, em 25/10/19 cópia dos Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs), expedidos nos últimos 3 (três) anos", afirmou, na decisão.

Toffoli havia pedido as informações em 25 de outubro, para auxiliar no julgamento marcado para a próxima quarta-feira, quando o plenário do STF decidirá se a UIF pode compartilhar dados para órgãos de investigação, sem a necessidade de autorização prévia de um juiz.

O pedido para revogar a decisão de Toffoli foi feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. O presidente do STF recuou depois de ter se reunido, na tarde desta segunda-feira, com Aras, o advogado-geral da União, André Mendonça, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto .