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Política

Dos quatro filhos de Lula que já foram alvos de investigação, apenas um responde a processo penal

Veja outras investigações que citam filhos do ex-presidente, em apuração em Curitiba, São Paulo e Brasília
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva discursa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC um dia após ser libertado da carceragem da Polícia Federal de Curitiba Foto: Jefferson Coppola / Agência O Globo
O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva discursa no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC um dia após ser libertado da carceragem da Polícia Federal de Curitiba Foto: Jefferson Coppola / Agência O Globo

SÃO PAULO — Endereços de quatro filhos do ex-presidente Lula já foram alvos de investigações da Lava-Jato em Curitiba, São Paulo e Brasília desde 2016. São eles Fábio Luis, Sandro Luis, Luis Claudio e Marcos. No entanto, até agora, apenas um deles, Luis Claudio , virou réu em ação penal, no âmbito da Operação Zelotes.

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O Ministério Público Federal ( MPF ) apresentou denúncia já aceita pela Justiça Federal contra Lula e Luis Claudio pelos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro, organização criminosa.

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De acordo com as investigações, o ex-presidente, seu filho e os consultores Mauro Marcondes e Cristina Mautoni participaram de negociações irregulares no contrato de compra dos caças suecos Gripen e em medida provisória que prorrogou incentivos fiscais para montadoras de veículos, em 2009.

Segundo o MPF, os R$ 2,5 milhões recebidos por Luis Cláudio da empresa de consultores seria parte de uma propina de R$ 6 milhões. Ele nega a acusação. Este processo tramita na Justiça Federal em Brasília.

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Veja investigações que citam os filhos do ex-presidente Lula:

  • Futebol americano: Luis Cláudio Lula da Silva organizou uma liga de futebol americano por meio de sua empresa Touchdown, na época em que Lula era presidente. Em acordos de colaboração premiada, executivos da Odebrecht, da Gol Linhas Aéreas e o ex-ministro Antonio Palocci relataram que pagamentos de patrocínio à liga e a contratação de consultorias de marketing foram realizados, na verdade, para disfarçar propina endereçada ao filho do ex-presidente. Lula e o filho negam a acusação e dizem que o investimento na liga de futebol americano foi lícito e legítimo.

  • Gamecorp: Um primeiro repasse de R$ 5 milhões da Oi à Gamecorp, empresa de Fabio Luis, foi alvo de investigação federal em 2005, arquivada posteriormente. O assunto voltou a ser objeto de apuração em 2016, na Lava-Jato, quando verificou-se novos aportes da Oi/Telemar à Gamecorp e à G4 Entretenimento - que também pertence a Fabio Luis - por meio do Grupo Gol, do empresário Jonas Suassuna. Foram pelo menos R$ 132 milhões, de acordo com a PF e o MPF. Estes fatos são investigados desde 2016, mas ainda não resultaram em ação penal ou denúncia. A operação desta sexta-feira busca avançar nesta investigação.

  • Grupo Gol: além da relação comercial com empresas do filho do ex-presidente Lula, Jonas Suassuna é investigado por suspeita de manter parte da estrutura de comunicação do ex-presidente e custear a reforma do apartamento onde mora Fabio Luis, em área nobre de São Paulo, próximo ao parque Ibirapuera. Investigações apontam que Fabio Luis não pagou também todos os meses pelo aluguel do apartamento. A operação desta sexta-feira busca avançar nesta investigação.

  • G4 Entretenimento: a empresa de Fabio Luis produz sites desde sua origem, mas tem alguns de seus clientes nos últimos anos como alvo de apuração da Lava-Jato. São eles a Cervejaria Petrópolis (R$ 175 mil) , o canal de vendas de joias Mil e Uma Noites (R$ 4,2 milhões), o Shopping Iguatemi (R$ 1,9 milhão) e a empresa Corancla Cinema (R$ 1,3 milhões).