Por Bruno Tavares e Robinson Cerântula, SP2 — São Paulo


DHPP ouve testemunhas das mortes no baile funk em Paraisópolis

DHPP ouve testemunhas das mortes no baile funk em Paraisópolis

Uma testemunha da ouvida pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) afirmou que não houve ataque aos policiais militares durante a ação que acabou com a morte de 9 jovens em um baile funk de Paraisópolis. A afirmação contraria a versão dos agentes.

O homem afirmou que estava na Rua Manoel Antônio Pinto, a poucos metros do "pancadão", quando ouviu um barulho de bomba, vindo do cruzamento das ruas Ernest Renan e Rodolf Lotze. A partir dái, segundo o morador, a multidão saiu em fuga pelas ruas de Paraisópolis.

Testemunha depõe sobre Paraisópolis e contesta versão de PMs

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"Só um carro, todo mundo corre, não tem como ficar lá. Não tem como de população enfrentar polícia. Porque é muita gente e tem medo", disse a testemunha

O delegado que comanda as investigações no DHPP quis saber da testemunha se uma moto em fuga conseguiria entrar no baile. Ela disse que seria impossível devido à quantidade de pessoas que estavam lá durante a madrugada.

A versão dos PMs diz que dois homens em uma moto atiraram em policiais que faziam patrulhamento na região e que houve uma perseguição que terminou dentro do pancadão. A PM teria usado bomba e balas de borracha porque frequentadores do baile atiraram pedras, paus e garrafas.

O depoimento da testemunha pode ajudar a esclarecer se as mortes ocorreram durante a perseguição a uma moto ou no momento em que os policiais tentaram dispersar a multidão. Este detalhe pode indicar se os policiais militares tiveram ou não responsabilidade pelas mortes.

A Corregedoria da PM também investiga o caso. Nesta quarta-feira (11), dezessete policiais que participaram da ação em Paraisópolis foram ouvidos pelo órgão. Foram afastados das ruas 31 agentes envolvidos na ação.

Audiência pública na Alesp

Nesta quarta-feira (11), uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) sobre o caso reuniu deputados, representantes da OAB, dos Direitos Humanos, Defensoria Pública, moradores da comunidade e parentes das vítimas. O grupo decidiu cobrar um cronograma para as investigações e também discussões sobre as regras para os bailes funk.

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