MP do Rio mergulha fundo na investigação de Flávio Bolsonaro

Chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro quando ele era deputado da Assembleia do Rio, Fabrício Queiroz recebeu ao todo R$ 2 milhões em depósitos feitos por 13 assessores. De acordo com o levantamento feito pelo Ministério Público do Rio, entre 2007 e 2018, houve 339 depósitos feitos em dinheiro, 127 transferências bancárias e 17 depósitos em cheques. Outros R$ 900 mil foram repassados a Queiroz sem procedência identificada. Durante o mesmo período, Queiroz sacou em espécie R$ 2,96 milhões. Em conjunto, Danielle Mendonça da Costa e Raimunda Veras Magalhães, mulher e mãe do ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, são responsáveis pelos repasses de R$ 203 mil. Outros R$ 202 mil foram sacados pelas duas no banco. Exonerado da PM acusado de assassinato, Adriano é suspeito de liderar a milícia em Rio das Pedras, Zona Oeste carioca. No período em que trabalharam para o filho mais velho do presidente, as duas receberam R$ 1 milhão. O relatório do MP, obtido com exclusividade pela revista Crusoé, também afirma que dez parentes de Cristina Siqueira Valle, a segunda mulher de Jair Bolsonaro, sacaram do banco em dinheiro R$ 4 milhões, ou 83% da remuneração. Viviam, em todo o período, na cidade de Resende. Os saques sempre ocorriam logo após o pagamento. (Crusoé)

A suspeita dos investigadores é de que o filho Zero Um lavava o dinheiro arrecadado na rachadinha comprando e vendendo apartamentos. Dois imóveis localizados no bairro de Copacabana, e comprados por Flávio em novembro de 2012, foram adquiridos por 30% do que o comprador anterior havia pago e vendidos, um ano após, com lucro de 300%. Também uma loja Kopenhagen, que pertence a Flávio e se localiza no shopping Via Parque, pode ter sido usada para o mesmo fim. A conta de pessoa jurídica da empresa recebeu inúmeros aportes que foram repassados a Zero Um como distribuição de lucros fictícios. (Crusoé)

O MP-RJ realizou ontem pela manhã uma operação de busca e apreensão em inúmeros endereços de ex-assessores de Flávio no Rio e em Resende para levantar provas dos crimes de lavagem de dinheiro e peculato — desvio de dinheiro público. Como base para obter autorização judicial, os procuradores apresentaram ao juiz diálogos retirados do celular de Danielle Mendonça, a ex-mulher do capitão Adriano. Em uma, Queiroz enviou a ela a imagem do contracheque para que preenchesse o Imposto de Renda, indício de que sequer aparecia no gabinete. Noutra, se queixava com uma amiga do incômodo com a origem do dinheiro. Numa terceira, o então chefe de gabinete adverte a ex-assessora. “Tá havendo problemas”, ele afirmou, quando começaram a sair reportagens sobre o assunto. “Cuidado com que vai falar no celular.” (Globo)

A rachadinha não é a única fonte de recursos fora de padrão do filho Zero Um. O então cabo PM Diego Sodré de Castro quitou um boleto de pouco mais de R$ 16 mil em nome da mulher do senador, além de efetuar transferências bancárias para dois de seus assessores. Diego, que recebia um salário inferior aos valores, foi investigado pela corregedoria da polícia. Ele é dono da empresa Santa Clara Serviços, de segurança, e foi acusado de ameaçar moradores de Copacabana obrigando-os a contratar seus serviços. (Crusoé)

No final do dia de ontem, Flávio se encontrou com o pai acompanhado do advogado da família, Frederic Wassef. Eles estiveram reunidos no Palácio da Alvorada das 19h30 até 21h20. Também estava presente o filho Zero Três, Eduardo. (Valor)

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O presidente americano Donald Trump se tornou, ontem, o terceiro presidente americano a sofrer um impeachment. O termo, nos EUA, é usado quando a Câmara dos Deputados encaminha o chefe de Estado para o Senado, onde sofrerá um julgamento político que pode removê-lo do cargo. Por 230 votos a 197 — dois democratas se juntaram aos republicanos —, os deputados consideraram o presidente culpado de abuso do seu poder, ao usar as vantagens de seu cargo para solicitar ao presidente da Ucrânia que investigasse o filho de Joe Biden, um de seus possíveis adversários durante a eleição presidencial do ano que vem. Um terceiro democrata se aliou aos republicanos na outra acusação — a de obstruir o trabalho do Congresso durante a investigação. Placar: 229 a 198. Em ambos os casos era suficiente a maioria simples. A presidente da Casa, Nancy Pelosi, precisa agora encaminhar ao Senado as duas acusações. Lá, Trump será julgado e, por haver maioria de seu partido, dificilmente será condenado. Apenas Andrew Johnson, o sucessor de Abraham Lincoln, e Bill Clinton tiveram seu impeachment aprovado pela Câmara. Richard Nixon renunciou antes que ocorresse. Mas nunca antes a Casa havia acusado um presidente de pôr em risco a segurança nacional, ao usar de seu poder em política externa em benefício pessoal. Nisto, foi a primeira vez. (New York Times)

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, ainda não decidiu quando encaminhará as acusações ao Senado. Ela negocia para que a Casa não simplesmente ignore aquilo que foi aprovado pelos deputados, mas faça um julgamento real. Não há expectativa de que os senadores condenem Trump e o removam do cargo. Mas Pelosi quer evitar que o líder da maioria, senador Mitch McConnell, permita que os advogados de Trump coordenem todos os procedimentos. (New York Times)

De acordo com a pesquisa Ipsos, encomendada pelo site Five Thirty Eight, 57% dos americanos consideram que Trump cometeu crimes passíveis de impeachment. Especificamente, concordam a respeito de quatro acusações — de ter pressionado com interesses pessoais a Ucrânia; de ter agido em conluio com os russos para interferir no pleito de 2016; de se recusar a cooperar com a Câmara na investigação; e de ter, como presidente, conflitos de interesse ao manter o controle de seus negócios. No passado, a tradição era de que presidentes cediam suas fortunas e negócios para que fossem gerenciados por terceiros sem contato com a Casa Branca. Os deputados só o acusaram dos primeiro e terceiro itens. 54% acreditam que há provas suficiente para que seja condenado pelo Senado naquilo de que os deputados o acusam. (FiveThirtyEight)

Viver

E o consumo de maconha ilegal prensada caiu consideravelmente entre 2014 e 2018 no Uruguai após a aprovação de uma lei que regula o mercado de uso recreativo de cannabis, informou o governo do país. O número de consumidores permanece estável, com 14,6% dos uruguaios utilizando a maconha para fins recreativos. Desde o início da venda de maconha nas farmácias, em 19 de julho de 2017 até 31 de outubro de 2019, 3.351 kg da droga foram comercializados para fins recreativos, em envelopes selados de 5 gramas, sendo que cada consumidor pode comprar até 40 gramas por mês. Os dados são do Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (IRCCA) e da junta Nacional de Drogas (JND) do Uruguai.

Fernando Meirelles, diretor de Dois Papas: “Não tive a intenção de limpar a imagem do Vaticano, mas de fazer um filme honesto que fala de corrupção e outras questões, como o abuso de crianças.”

O cineasta se encontrou com um grupo de jornalistas em Madri, por ocasião da estreia na Netflix, amanhã, de seu novo filme, que esmiúça a relação entre Ratzinger e Bergoglio - ou entre o papa Bento XVI e o cardeal argentino que, segundo todas as apostas, seria seu sucessor quando o alemão morresse. (El País)

Cultura

O renascentismo italiano do século XVI viralizou. Mais especificamente, a rivalidade entre Michelangelo e Leonardo Da Vinci. O assunto começou quando Ari Noert, pesquisadora de História da Arte, compartilhou no Twitter um fato histórico interessante: “Da Vinci e Michelangelo viveram na mesma época e no mesmo lugar. Tinha tudo pra ser uma amizade linda e produtiva trocando receitinha de pintura e indo juntos comprar pincel na papelaria. Mas não foi: eles se odiavam ao ponto de não conseguir ficar nem PERTO um do outro.”

Seus nomes permanecem na lista de principais assuntos do Twitter.

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Sertanejo com forró. Rap com country. Country com brega. Funk acelerado. Novo pop. Os dez hits brasileiros que marcaram 2019 segundo lista do G1. Todo mundo vai sofrer, Hoje eu vou parar na gaiola e Jennifer estão lá.

Chegando aos cinemas... o nono filme da franquia de Star Wars é o grande destaque. A Ascensão Skywalker finaliza a trilogia iniciada em O Despertar da Força (2015), continuada em Os Últimos Jedi (2017) e encerra a saga da família Skywalker (trailer). Benedict Cumberbatch, Michael Shannon e Nicholas Hoult protagonizam A Batalha das Correntes (trailer). A trama é baseada na real disputa entre Thomas Edison e George Westinghouse, no final do século 19. Cada um tinha sua teoria para espalhar eletricidade pelas cidades americanas. Ambos geniais, Edison defendia o uso da corrente contínua, enquanto Westinghouse criava suas fontes de força com corrente alternada. Segundo a crítica, o filme dirigido pelo americano de origem mexicana Alfonso Gomez-Rejon parece ter só um defeito: ser intrincado demais para o espectador médio que vai ao cinema nos Estados Unidos. Outra estreia, para adultos e crianças, é o filme Playmobil (trailer).

Lino DiSalvo, diretor de Playmobil e Frozen, sobre o esforço de agradar às crianças ao dirigir o longa: "Meu filho tem seis anos e minha filha tem três. Quando brincamos juntos, eu pego cenas de filmes dais quais gosto e coloco na brincadeira. Meu filho passou a fazer isso também. A gente sabe que nas histórias de faroeste sempre tem algo envolvendo ouro e um estranho que chega à cidade. Foi isso que coloquei na história".

Cotidiano Digital

O Facebook admitiu que sempre está monitorando a localização de seus usuários. Em documento enviado ao Congresso americano, a empresa explica que mesmo com a função de geolocalização desativada, consegue identificar o local monitorando as atividades do usuário na rede. Por exemplo, ao fazer check-in em algum lugar e pelo endereço de IP do usuário ao logar em sua conta. Os dados de geolocalização são usados para identificar tentativas de acessos de estranhos à conta e para enviar anúncios. (Folha)

Corte no acesso à internet tem sido a estratégia do governo da Índia para controlar os protestos pelo país. A população tem se manifestado contra medidas autoritárias recentes. Exemplo a lei que exclui os muçulmanos de pedir cidadania por enfrentarem perseguição nos seus lugares de origem. A Índia é campeã no número de vezes que cortou a internet: no ano passado foram 134 e este ano, 93 - totalizando 60 milhões de pessoas sem acesso. A medida é comum entre países autoritários, como Síria e Turquia.

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