RIO — No final da manhã desta terça-feira, a moeda comercial americana rompeu a barreira dos R$ 3,80 e esse movimento já começa a se refletir no preço do dólar turismo nas casas de câmbio do Rio. Por isso, quem quer comprar dólar para viajar ou precisa da divisa para outro fim, deve se preparar. Nas principais corretoras de câmbio, a moeda chegou a passar dos R$ 4.
Especialistas em finanças pessoais aconselham começar a planejar e pagar a viagem de férias com pelo menos seis meses de antecedência. O ideal, segundo eles, é estar não apenas com hospedagem e passagens já pagas, mas ter guardado, antes de começar a folga, o dinheiro a ser utilizado nos gastos diários, como alimentação e transporte.
Passagens e hospedagem
Simule preço de passagens em diferentes dias da semana, já que há uma variação de valores de acordo com a procura. O mesmo vale na hora de definir a hospedagem
Compre a moeda oficial do país de destino
Muitas pessoas se confundem ou pensam que o dólar é aceito em qualquer lugar, Alexandre Fialho, diretor da casa de câmbio Cotação, diz que é importante se informar sobre qual é a moeda oficial do país para o visitante não precisar trocar dinheiro de novo e ficar sujeito a novas taxas, como é o caso do Japão, com o iene.
Pesquise o custo-benefício das casas de câmbio
Fialho alerta para as diferentes taxas praticadas entre uma casa e outra e diz que vale a pena pesquisar. "Às vezes uma casa de câmbio tem cotação melhor, mas fica muito longe de onde você está ou não te dá a possibilidade de receber o dinheiro em casa."
Compre o dinheiro aos poucos
Fialho aconselha quem está com viagem marcada a não comprar a moeda de uma vez só. "Se vai embarcar daqui a um mês é melhor comprar um pouco a cada semana, assim, é possível fazer um preço médio. É difícil saber qual o melhor dia para comprar e se fizer tudo de uma vez, pode acabar escolhendo o pior."
O especialista alerta que a fatura do cartão de crédito usado no exterior terá como base o valor da cotação do dólar no dia de seu vencimento e não a do dia em que o cartão foi usado. Por isso, é melhor evitar surpresas e sair com o dinheiro no cartão pré-pago ou em espécie.
Dinheiro ou cartão de débito
Na compra do dólar em espécie paga-se alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1,1%, enquanto no cartão de débito e de crédito a taxa é de 6,38%. Ao comprar dinheiro e carregar o cartão de débito, a pessoa garante a cotação e sabe quanto vai gastar. No crédito, o valor do dólar pago varia com o mercado.
Vantagens e desvantagens
Dinheiro paga menos imposto e é de fácil acesso, mas não há como recuperar no caso de perda. No cartão de débito, a cotação do dólar é garantida na hora da compra e o cartão pode ser cancelado no caso de perda ou roubo, mas o imposto é mais alto. O cartão de crédito é a segurança de mais recursos numa necessidade, mas a cotação pode disparar.
Quem converte não se diverte?
A tentação de usar o cartão de crédito para produtos que são muito mais baratos do que no Brasil pode comprometer a saúde financeira pós-férias. Adotar o mantra “quem converte não se diverte” pode resultar em uma fatura de cartão de crédito impagável na volta da viagem.
Na Confidence Corretora, na Zona Sul do Rio, o dólar turismo em espécie era comercializado a R$ 4,04. Já no cartão, o preço era R$ 4,21. Em ambos os casos, o montante final já tinha incluso o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Nas compras de dólar turismo em espécie, é adicionado 1,1% de IOF no preço final. No caso da compra do dólar em cartão de débito ou crédito pré-pago, o percentual de IOF aumenta: 6,38%.
Já na Casa Aliança, no Centro do Rio, a moeda americana é vendida a R$ 3,94 em espécie e a R$ 4,15, já com o imposto embutido. Também na região central, a Casa Franca Turismo e Câmbio comercializava a moeda americana abaixo de R$ 4 em espécie. O dólar turismo em papel saia por R$ 3,94; já no cartão, era comercializado a R$ 4,15.
Fechamento em alta
No fim do dia, o dólar turismo fechou em alta. Nas casas Aliança e Franca Turismo e Câmbio, a moeda fechou com alta de 1,2% em espécie, cotada a R$ 3,99; no cartão, o aumento foi de 0,72%: terminou o dia em R$ 4,18.
Já na Confidence Corretora, a valorização foi menor. Em espécie, o dólar turismo fechou a terça em R$ 4,05, e no cortão, R$ R$ 4,22. Alta de 0,2% em ambos os cenários.
Motivos da alta do dólar
No cenário externo, o que despertou o fortalecimento da moeda americana foi a divulgação de dados do setor de serviços, que vieram acima do esperado. O "dollar index", que mede o comportamento da divisa frente a uma cesta de dez moedas, tem alta de 0,24%.
Já no panorama interno, o que contribui para a alta da moeda, na visão de analistas do mercado, são os desdobramentos das iniciativas do governo para tentar amortecer o impacto da alta dos combustíveis ao consumidor.