Secretário de Estado dos EUA rejeita a retirada de tropas do Iraque

Mike Pompeo deu declarações antes mesmo de o Parlamento do Iraque aprovar medida determinando a saída de tropas estrangeiras do país

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Por Felicia Sonmez , Paige Winfield Cunningham e Tony Romm
Atualização:

WASHINGTON - O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, rejeitou neste domingo, 5, os pedidos do primeiro-ministro interino do Iraque para que seja estabelecido um cronograma para que todas as tropas estrangeiras saiam do país, após um ataque norte-americano que matou o principal comandante militar iraniano Qassim Suleimani. As declarações foram dadas antes de o Parlamento do Iraque aprovar uma medida para expulsar as tropas americanas do país.

Pompeo disse que povo iraquiano quer que os Estados Unidos permaneçam no país e continuem a luta contra o terrorismo. O secretário de Estado apareceu em todos os noticiários da manhã deste domingo para falar sobre estratégia dos EUA após o ataque que matou Suleimani e mais oito, entre eles Abu Mahdi al-Muhandis, um poderoso líder da milícia iraquiana. 

Foto divulgada pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA mostra os fuzileiros navais em observação no complexo da embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque, nesta sexta, 3 de janeiro de 2020 Foto: US MARINE CORPS/ EFE

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Mais cedo, o líder iraquiano Adel Abdul Mahdi chamou o ataque norte-americano de "assassinato político" e disse que o governo do Iraque deve estabelecer um cronograma para a retirada de todas as tropas estrangeiras "pelo bem de nossa soberania nacional".

Em resposta, Pompeo chamou Mahdi de "primeiro-ministro interino". "Ele (Mahdi) está com sua própria liderança ameaçada", afirmou ao Fox News Sunday. "Estamos confiantes de que o povo iraquiano deseja que os Estados Unidos continuem lá para combater nacampanha contra o terror. E continuaremos a fazer tudo o que precisamos para manter a América segura.”

Pressionado a dizer o que os EUA fariam se o parlamento iraquiano exigisse a saída das tropas, Pompeo se recusou a comentar a medida. "Teremos que avaliar o que faremos quando o governo iraquianos tomar a decisão", disse ele. “Mas o povo americano deve saber que tomaremos a decisão correta", afirmou. 

Em uma entrevista ao programa "This Week", da ABC News, Pompeo foi questionado sobre o tweet do presidente Donald Trump na noite de sábado, 5, que se disse que poderia atacar 52 alvos iranianos, "alguns de alto nível e importantes para o Irã e a cultura iraniana", caso o país parta para uma retaliação à morte de Soleimani. Esses alvos e o próprio Irã, escreveu Trump, "serão atingidos muito rápido", acrescentando: "Os EUA não querem mais ameaças!". O tuíte de Trump foi condenado, com críticos argumentando que atacar alvos culturais seria um crime de guerra. Pompeo insistiu que os Estados Unidos "se comportariam legalmente" e "dentro do sistema".

“As administrações anteriores deixaram as milícias atirarem em nós e nós respondemos”, disse ele em “This Week.” “Dissemos ao regime iraniano: 'Basta'", afirmou Pompeo. 

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